O governo gaúcho confirmou convênios com dez municípios da região para perfurar poços artesianos profundos. O investimento por cidade é de R$ 70 mil com recursos do programa Avançar e liberados pela Secretaria Estadual de Obras e Habitação.
A destinação destes valores é uma forma de mitigar a dificuldade de abastecimento de água em comunidades do interior. Durante a estiagem, além dos impactos na produção agrícola, com perda superior a R$ 500 milhões, famílias enfrentaram a falta de água para consumo humano e dos animais.
A perfuração das estruturas é uma das medidas solicitadas por líderes regionais. Outras demandas incluem abertura de açudes e incentivos na instalação de kits de irrigação. Em Arvorezinha, o programa permite ampliar a rede hídrica na localidade de Pinhal Queimado, onde residem pelo menos 160 famílias.
Outra localidade contemplada é Pinheirinho, no interior de Canudos do Vale. O presidente da associação comunitária e produtor rural, Darci Ongaratto, destaca a necessidade do investimento a fim de assegurar a distribuição de água. “No verão passado o poço ficou no limite e foi necessário buscar alternativas, uma delas o racionamento em determinados horários.”
No estado, o valor total liberado supera R$ 21 milhões e contempla a perfuração de 300 poços artesianos. Em janeiro deste ano outras 40 cidades foram atendidas pelo programa e mais 174 cidades serão contempladas mediante critérios definidos pela Defesa Civil a partir dos decretos de emergência.
Lições da estiagem
A recorrência de safras impactadas pela falta de chuva fez a região buscar alternativas para minimizar perdas. Embora ainda seja um trabalho de conscientização, algumas melhorias foram implementadas, é o que avalia o gerente adjunto regional da Emater/RS-Ascar, Carlos Lagemann.
“Essa orientação ao produtor é permanente, mas ele também precisa compreender que as técnicas de manejo precisam ser respeitadas para mitigar as perdas em situações climáticas adversas”, pondera Lagemann. Além da construção de cisternas e sistemas de irrigação, ele considera fundamental manter a cobertura do solo e fazer a rotatividade de culturas para ter capacidade de absorção ideal da umidade.
Em paralelo, a Emater também atua no programa do Estado para abertura de açudes. Para a região a média é de dez estruturas por município. “Os gestores tiveram um prazo para encaminhar a documentação e conforme forem chamados para assinatura dos convênios os técnicos darão o suporte para os projetos.”
Chuva abaixo da média
O temor do baixo volume de precipitação pluviométrica a partir da primavera gera preocupação aos efeitos na nova safra de verão. Ainda de acordo com o gerente regional da Emater, mesmo que seja cedo para projetar as tendências do clima é preciso se preparar para este cenário.
“Tivemos chuva abundante em maio e junho, mas caso isso mude nos próximos meses corremos o risco de ter mais um ano de perdas no campo. Para reduzir os impactos em épocas de seca cada um precisa fazer a sua parte. Pequenos investimentos podem fazer a diferença.”
CIDADE | FAMÍLIAS CONTEMPLADAS | LOCALIDADE
Anta Gorda 18 São Brás
Arroio do Meio 567 Rui Barbosa
Arvorezinha 160 Pinhal Queimado
Canudos do Vale 60 Pinheirinho
Capitão 98 São Luiz
Colinas 134 Linha Ano Bom
Mato Leitão 480 Vila Santo Antônio
Pouso Novo 35 Alto Pouso Novo
Travesseiro 120 Picada Felipe Essig
Vespasiano Corrêa 300 Centro
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