Cidade-mãe da região, Taquari completa 173 anos de emancipação político-administrativa nesta segunda-feira, 4. E encontrar um equilíbrio entre a valorização e cultivo às origens e o desenvolvimento econômico e social é o principal desafio ao futuro do município, que busca uma posição de destaque no Vale.
Distante 54 quilômetros de Lajeado, cidade polo da região, Taquari enfrentou décadas de estagnação. Nos últimos anos, a chegada de novas empresas e consolidação de outros negócios melhoraram as perspectivas. Contudo, a economia local segue dependente do comércio e dos serviços, que representam quase metade do valor adicionado fiscal.
Para superar o estigma de cidade “envelhecida”, o prefeito André Brito destaca a necessidade de avanços. E aponta caminhos a um desenvolvimento de forma que o município não deixe de lado suas origens. O setor industrial é tido como fundamental neste processo. Juntas, as três maiores empresas do setor empregam mais de 1,3 mil pessoas.
“Tudo indica que seremos o segundo município no Vale em incremento das nossas empresas. Crescemos 64% em valor adicionado, entre 2020 e 2021. Isso é reflexo do setor industrial, que se destaca. Temos a Zanc, a Adama, que vai investir um valor alto na nova planta, perto dos R$ 300 milhões. Um investimento próprio deles”, ressalta, em entrevista à Rádio A Hora 102,9.
O aumento na produção industrial reflete também nos investimentos por parte do Executivo. O orçamento hoje se aproxima dos R$ 90 milhões. “Estamos conseguindo alcançar os nossos objetivos. No ano passado, investimentos quase R$ 10 milhões em recursos próprios”, pontua Brito.
Qualificação
O fortalecimento do setor industrial impacta na geração de novos empregos. Conforme Brito, em alguns segmentos já se percebe gargalos na mão de obra. “Por isso, é importante avançar no sentido de que devemos investir na qualificação profissional. E uma cidade só vai ter futuro se investir em educação de qualidade. Focamos muito nisso. Queremos uma Taquari protagonista”, frisa.
Para a presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Taquari), Daphne Becker, áreas estratégicas são o caminho para o desenvolvimento local. “Temos muita história e o comércio faz parte dela, com grande representatividade. Somos um município muito acolhedor e acredito que desenvolver o turismo e trazer mais indústrias sejam fundamentais”, afirma.
Programação festiva
Neste sábado, 2, inicia a programação alusiva aos 173 anos do município. O destaque do dia fica para a 1ª Festa de Taquari em Portugal, organizada pelo Executivo em conjunto com o Grupo Alma Lusitana, de Porto Alegre.
As atividades ocorrem das 10h às 18h, na Praça Matriz São José. Além de danças típicas e feira temática, ocorrerão também apresentações do grupo lusitano. Já no domingo, 3, destaque para a 1ª Rústica de Taquari, com apoio do Sesc – Unidade Venâncio Aires. A largada está prevista para as 9h, na Praça Matriz, e reunirá mais de 250 inscritos.
No mesmo dia, ocorre o 1º Mountain Bike de Taquari, a partir das 9h, com largada no Parque Nardy de Farias Alvim. Também no domingo, a Lagoa Armênia recebe o 6º Encontro de Veículos Antigos de Taquari, das 8h às 20h. Por fim, na segunda-feira, 4, dia do aniversário, ocorre o encerramento da programação, com show da banda Os Atuais, às 15h, na rua coberta da Praça da Bandeira.
Passado de destaque
A cidade de Taquari se constituiu a partir da chegada de casais açorianos, por volta de 1764. Também teve grande influência de outros povos e culturas, porém em menor número. A existência histórica vem de um desdobramento natural e de uma expansão dos primeiros núcleos de povoamento no Rio Grande do Sul.
Desde o início, a região se apresentou como ponto de atração e interesse de ocupação. Como outras cidades gaúchas, desenvolveu-se a partir de um rio e tinha localização considerada estratégica. Também pela fertilidade das terras, até hoje consideradas notórias.
Emancipado de Triunfo, Taquari é o 19º município mais antigo do RS. Dele, foram desmembrados Estrela (1876), General Câmara (1881) e Tabaí (1995).
