Leite confirma pré-candidatura e mexe com cenário eleitoral no RS

ELEIÇÕES 2022

Leite confirma pré-candidatura e mexe com cenário eleitoral no RS

Ex-governador volta atrás dois meses e meio após renunciar ao cargo. Agora, trabalha para manter unidade e busca apoio de partidos como o MDB para compor aliança. Hoje, são 12 nomes que postulam o Piratini

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Leite confirma pré-candidatura e mexe com cenário eleitoral no RS
Com a presença do governador Ranolfo, coletiva em Porto Alegre oficializou a pré-candidatura de Eduardo Leite ao governo gaúcho (Foto: Mauricio Tonetto/Divulgação)
Estado
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A entrada do ex-governador Eduardo Leite na corrida ao Palácio Piratini modifica o tabuleiro eleitoral no Estado. A pré-candidatura, anunciada ontem à tarde, coloca fim a uma série de especulações sobre o futuro do gestor filiado ao PSDB. E agita os bastidores de possíveis partidos aliados no pleito de outubro.

Eleito governador em 2018, com 3,1 milhões de votos, Leite renunciou ao cargo em 31 de março deste ano. Naquele momento, seu nome era ventilado como pré-candidato à presidência, mesmo após a derrota nas prévias do PSDB para João Dória, em novembro de 2021. Chegou inclusive a ser convidado pelo PSD para disputar o Planalto pela sigla.

Passados dois meses e meio da renúncia, Leite agora volta suas atenções à disputa estadual. Como consequência, o atual governador, Ranolfo Vieira Júnior, desiste da reeleição. Há quatro anos, o delegado de polícia aposentado já havia declinado de uma candidatura ao Piratini, pelo PTB, para ser vice de Leite.

Crítico da reeleição desde que entrou na vida pública, Leite argumenta que não mudou seus princípios e valores. “Eu sou um candidato a governador, e não um governador candidato. Estar fora da cadeira de governador é a única maneira em que aceitaria ser candidato, sem usar instrumentos do poder para conquistar votos”, reiterou.

Articulações e alianças

A intenção do PSDB é dialogar com os partidos que hoje integram a base de sustentação ao governo gaúcho. Neste contexto, a conversa mais esperada é com o MDB. O partido lançou o deputado estadual Gabriel Souza como pré-candidato, mas a conjuntura nacional pode fazê-lo abrir mão da disputa.

No pleito presidencial, o MDB tem Simone Tebet como pré-candidata e deve receber adesão formal do PSDB à chapa. Em troca, apoiaria candidaturas tucanas em estados como o RS. Leite evitou falar sobre as negociações, mas entende que as duas siglas convergem nas propostas para o Estado.

“Respeito a história do MDB local, a candidatura posta do Gabriel. Se assim desejarem, vamos respeitar. Mas nossos projetos tem sintonia. Estivemos juntos no governo Sartori, e eles participaram do nosso. Entendo que devemos continuar e construir juntos”. Outros partidos, como PSD, União Brasil e Cidadania também serão chamados para dialogar.

Enquanto Leite anunciava a pré-candidatura, Souza se reunia ontem à tarde com o economista Gustavo Moraes, que coordena o plano de governo do emedebista. O encontro reforça a tese de que o MDB não vai abrir mão, num primeiro momento, de ter candidato em outubro.

Construção coletiva

As conversas para uma pré-candidatura à reeleição iniciaram em janeiro, lembra Leite. Isso ocorreu, segundo ele, pela dificuldade de manter a unidade em torno do projeto de governo em vigor hoje no Estado. “As pesquisas mostravam riscos à continuidade. Candidatos populistas me fizeram entender que é preciso colocar o coletivo à frente do individual. Me sinto responsável para que não se tenha retrocesso”.

Ranolfo, que governa o RS desde abril, acredita que Leite é a alternativa mais viável ao Estado e, por isso, não relutou em abrir mão da candidatura. “Me honraria muito a possibilidade de dar seguimento a esse projeto. Mas nessas conversas, entendemos que, nesse momento de polarização no cenário nacional, o melhor é levar Eduardo Leite novamente ao governo”.

Repercussão

Com Eduardo Leite de volta ao páreo, hoje o RS tem 12 pré-candidatos a governo do Estado. Os principais concorrentes evitaram comentar o movimento do ex-governador. Apenas Pedro Ruas (PSOL) se manifestou e teceu críticas ao adversário nas redes sociais.

Pré-candidaturas ao Piratini consolidadas:

  • Beto Albuquerque (PSB)
  • Edegar Pretto (PT)
  • Eduardo Leite (PSDB)
  • Gabriel Souza (MDB)
  • Luis Carlos Heinze (PP)
  • Marco Della Nina (Patriota)
  • Onyx Lorenzoni (PL)
  • Pedro Ruas (PSOL)
  • Rejane de Oliveira (PSTU)
  • Ricardo Jobim (Novo)
  • Roberto Argenta (PSC)
  • Vieira da Cunha (PDT)

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