Da cor única ao estilo artesanal

Moda e sustentabilidade

Da cor única ao estilo artesanal

Feito com materiais orgânicos, tingimento natural é aliado à moda sustentável

Por

Da cor única ao estilo artesanal

Com folhas secas ou ainda verdes, cascas de árvores ou mesmo frutas e legumes, Iara Fülber Sander, 30, cria peças de roupas criativas e originais. Por meio do tingimento natural e da impressão botânica, ela une moda e sustentabilidade de forma artesanal.

Natural de Igrejinha, foi aluna do professor Cristian Metz, hoje docente da Univates. O profissional destaca que a prática ainda não tem muita força na região.

Iara conheceu o tingimento natural na faculdade, durante o trabalho de conclusão do curso em moda, quando procurava uma cor específica de algodão orgânico, que poderia conseguir por meio do procedimento.

Depois de uma pesquisa com tintureiras e marcas que utilizam a técnica, começou a testar processos e matérias-primas que pudesse utilizar. “Foi um experimento mesmo, algumas deram certo. Fiz diferente do que faço hoje, mas consegui colorir o tecido a partir daquilo”, conta.

Depois, passou a ter novas ideias e investiu, também, na impressão botânica. O processo consiste em deixar marcas de folhas e galhos nos tecidos. Com o tempo, Iara desenvolveu uma técnica própria por meio de uma estampa nítida e rica em detalhes.

O processo

A limpeza do tecido é a primeira etapa do tingimento, com um processo de mordentes, substâncias que ajudam a manter a durabilidade da cor, com sais orgânicos e minerais. Então, é a vez de extrair a cor das plantas e unir o tecido com a tinta.

Já para a impressão botânica, a técnica varia de acordo com o tipo de matéria-prima. “Eu utilizo muito cascas de cebola, folhas e cascas de eucalipto, flores de macela, cascas de acácia, casca e folhas de goiabeira, e folhas de nogueira. Algumas delas já são validadas e comuns no meio da tinturaria natural”, destaca Iara.

Ela também utiliza outras plantas que encontra ao redor de casa. Para o cozimento, gosta do fogo de chão e, sempre que pode, evita o gás de cozinha.

Iara destaca que no tingimento natural há muitas possibilidades. Uma casca mais madura resulta em tonalidades diferentes de uma ainda verde. E, mesmo com receitas, os resultados sempre são uma surpresa.

Moda e sustentabilidade

“Percebo que essas técnicas entregam para o produto final uma originalidade e resultam em um produto muito mais autoral, porque a gente nunca consegue produzir com tanta precisão, assim dessa forma artesanal, a mesma cor”. Assim, a estampa nunca se repete.

A ideia da prática não é substituir o processo industrial, mas dar outras possibilidades ao consumidor. Em termos de sustentabilidade, a prática também é positiva, já que evita a poluição das águas. Todo o processo é natural, e devolvido para o solo sem produtos químicos.


Acompanhe nossas redes sociais: WhatsAppInstagram / Facebook

Acompanhe
nossas
redes sociais