Certel completa 66 anos e projeta investimentos em geração de energia

Infraestrutura

Certel completa 66 anos e projeta investimentos em geração de energia

Subestação inaugurada em Forquetinha reforça investimentos na distribuição. Para os próximos anos, cooperativa pretende ampliar de 15% para 50% a capacidade em gerar a própria de energia elétrica

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Certel completa 66 anos e projeta investimentos em geração de energia
Cooperativa inaugurou nova subestação nessa sexta-feira. Instalação em Forquetinha reforça estrutura de distribuição para 39 mil associados (Foto: Felipe Neitzke)

Triplicar a geração de eletricidade é o principal desafio da Certel. Como alternativa de novas fontes próprias, a cooperativa investe em hidrelétricas, parque eólico e ampliação de usina fotovoltaica. Para 2022, serão aplicados mais de R$ 100 milhões nos diferentes segmentos.

Os investimentos foram anunciados nessa sexta-feira, 18, durante a inauguração da quinta subestação que reforça a rede da cooperativa. A instalação elétrica em Forquetinha qualifica a distribuição diante das estimativas de aumento de consumo nos próximos 15 anos. A unidade serve de apoio às subestações de Lajeado e Canudos do Vale, que distribuem energia elétrica para pelo menos 39 mil associados.

Com tecnologia de ponta, a Certel investiu R$ 11 milhões na melhoria do sistema integrado. A estrutura foi financiada pela Sicredi Integração RS/MG. A cooperativa de crédito também sinaliza futuras parcerias nas demais iniciativas de geração de energia.

Além do início das operações na subestação, a Certel celebra neste sábado os 66 anos. A cooperativa criada em 19 de fevereiro de 1956 iniciou com pequeno gerador para atender a demanda da Vila Teutônia, como era chamada a cidade antes da emancipação. Hoje, com 76 mil associados, a concessionária atende 48 municípios.

A Certel também se antecipa à participação no mercado de carros elétricos. Junto ao centro administrativo em Teutônia foi instalado um posto de carregamento rápido. Ainda no segmento de energia, se prepara ao futuro do setor com a regulamentação da portabilidade para consumidores residenciais. A medida, embora não impacte em infraestrutura, pode ser alternativa para reduzir tarifa aos consumidores de outras concessionárias.

Força do vento

Ainda em fevereiro do ano passado, a cooperativa fechou contrato com a Epi Energia, pertencente ao grupo alemão EAB New Energy, para medição de ventos, projeto de viabilidade técnico-econômica e suporte ao licenciamento ambiental de parque eólico.

Com uma potência estimada de 30 megawatts (MW), que representa 23% do mercado de energia da cooperativa, a construção da usina deverá abranger uma área total de 700 hectares nos morros Harmonia e Tico-Tico, na divisa dos municípios Teutônia, Westfália e Imigrante.

“Estamos entre as oito cooperativas do mundo com reconhecimento por ações sustentáveis. Esse projeto do parque eólico além de ampliar a geração própria utiliza uma modalidade de energia limpa”, observa o presidente da Certel, Erineo José Hennemann.

Obra autorizada

A obtenção da licença prévia e de instalação permite o início das obras da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) no Rio Forqueta, entre Coqueiro Baixo e Pouso Novo. A construção deve iniciar em maio com prazo de 18 meses para conclusão. O investimento estimado é de R$ 60 milhões e potência instalada de 6,4 megawatts (MW), suficiente para fornecer energia a 20 mil associados.

“Hoje geramos apenas 15% da energia distribuída. Nossa meta é chegar pelo menos a 50%. Para isso, são necessários esses investimentos em fontes alternativas. Avançamos muito nas últimas décadas e vamos continuar em busca de melhorias que possam reduzir o valor da tarifa ao usuário”, avalia Hennemann.

O presidente da cooperativa reforça a importância do apoio que os governos e entidades prestam para viabilizar as iniciativas. Cita a tramitação e aprovação das licenças na Fundação Estadual de Proteção Ambiental/RS (Fepam). “Estamos atentos e aportamos recursos em nossas diferentes operações para preservação dos recursos naturais.”

Portabilidade no setor elétrico

A Certel também se prepara ao livre mercado de energia, com possibilidade do consumidor escolher a concessionária. Em entrevista à Rádio A Hora, o presidente da Associação Brasileira de Comercialização de Energia (Abraceel), Rodrigo Ferreira, detalhou a proposta de lei em tramitação.

“A portabilidade já é possível para grandes consumidores. No caso da classe residencial ainda depende de regulamentação. Em síntese, é tão simples quanto a troca de operadora de telefonia”, explica Ferreira.

O dirigente da Abraceel alerta, no entanto, que essa portabilidade não influencia na infraestrutura de postes e fiação. “A liberdade de escolha vale para a energia e isso pode influenciar de 30% a 50% no preço.”

Trajetória da cooperativa

1956
Em 19 de fevereiro foi constituída a Cooperativa de Eletricidade Rural de Teutônia (Certel), sob presidência de Reinoldo Aschebrock;

1966
Certel instalou sua primeira loja de material elétrico, em Teutônia e Wilmuth Gunter Richter assumiu a função de presidente;

1971
Com 584 sócios, a cooperativa abriu filial em Lajeado e Egon Édio Hoerlle assumiu a gestão da Certel;

1975
Cooperativa ampliou área de atuação e, na época, contava com 6.766 associados. Cinco anos depois, alterou denominação para Cooperativa Regional de Eletrificação Teutônia Ltda;

1995
Novas leis que regem o setor elétrico brasileiro foram aprovadas. Uma delas ordena que as cooperativas separem as atividades típicas e atípicas;

2002
Concessionária inaugurou a hidrelétrica Salto Forqueta e subestação de Canudos do Vale. Já em 2005, a hidrelétrica Boa Vista; em 2013 a unidade de geração Rastro de Auto; e em 2016, a Cazuza Ferreira;

2018
Instalada a usina fotovoltaica junto à sede administrativa da cooperativa;

2020
Certel anunciou a construção da Hidrelétrica Vale do Leite, no Rio Forqueta, entre Coqueiro Baixo e Pouso Novo.

Veja como foi o acionamento da subestação em Forquetinha:


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