É estranho perceber como ainda são muitos os que concebem o futuro como algo do amanhã. É uma espécie de olhar romântico que desorganiza pessoas e organizações. Sempre tenho o recorrente sentimento de que poderíamos ter aprendido mais com as experiências destes quatro últimos semestres. O que vemos, no entanto, são exaustivas tentativas com objetivo de fechar metas, reverter balanços e fechar o ano positivamente na última quinzena de dezembro. Uma espécie de tudo ou nada.
Trago cinco pilares sobre futuro a partir de Luis Rasquilha, diretor executivo da Invova Business School, dos quais não tenho nenhuma dúvida. Não se trata de previsibilidade, apenas de lembrete sobre o que já sabemos. Primeiro: a mudança de tecnologia está aí. Acelerará muitas situações em todas as áreas, a exemplo do que vimos na pandemia. Acredite nisso. Não tem volta! Segundo: a longevidade já é uma realidade. Há uma métrica aí que vai para muitas direções, desde a qualidade de vida até a pluralidade de oportunidades em frentes de serviços diversos. Terceiro: a urbanização está indo a passos rápidos. É espantoso. Olhemos para isso com olhar de águia. Crescimento traz oportunidades. Quarto: vivemos um ciclo de mudanças econômicas. Nem tudo que falam por aí sobre economia é verdade. Na dúvida, procure ajuda com pessoas que estão em instituições financeiras comprometidas com o desenvolvimento local. Lá há possibilidade de boas orientações. Observe como as grandes corporações se movem, fazem fusões. Atente-se para os indicadores e faça tentativas de organizar-se para o incerto. Menos pode ser mais. Quinto pilar: mudanças climáticas declinarão para escassez de recursos. Essa afirmativa é autoexplicativa, ainda que as variantes sobre a afirmação possam ser das mais diversas ordens.
A frase de que o “futuro está em nossas mãos” não é verdade. Mentira também não é. Então, se existe ou não meia verdade, considerando assim a afirmativa, entendo que muitas das situações do amanhã não têm relação com economia, saúde, política e trabalho. Tem a ver, sempre, com nossas escolhas. As consequências se dão nos campos apontados.
Por fim, aos que me oportunizaram o tempo de leitura desta e de outras colunas que escrevi neste ano, agradeço. Ao Grupo A Hora meu reconhecimento. As instituições são da grandeza de suas lideranças. Crescem ainda mais quando exercitam no presente o futuro.
Termino com a analogia de que a terra sem árvore segue terra. A árvore não seguirá sendo árvore. O oceano sem peixe seguirá sendo oceano. O peixe não. Assim Deus sem o homem seguirá sendo Deus. Mas o homem desconectado de Deus nada será. Que o menino Jesus possa renovar nossa fé, esperança e compromisso com o cuidado e desenvolvimento das pessoas. Desejos de um Feliz Natal e abençoado novo ano.
