Tempo seco eleva risco de incêndios

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Tempo seco eleva risco de incêndios

Bombeiros já atenderam mais de 60 ocorrências de fogo em vegetação durante o mês de novembro, número superior ao mesmo período do ano passado

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Tempo seco eleva risco de incêndios
Bombeiros alertam sobre o elevado risco de incêndios em vegetação durante os meses mais quentes e secos. (Foto: Divulgação)
Vale do Taquari

A escassez de chuva, baixa umidade do ar e o calor escaldante são fatores que elevam o risco de incêndios em vegetação. Apenas durante o mês de novembro, bombeiros militares do Vale do Taquari atenderam 61 ocorrências. O combate aos focos já supera os atendimentos no mesmo período do ano passado.

O cenário de estiagem por conta do fenômeno climático La Niña amplia a preocupação para os próximos meses. Com a perspectiva de chuva abaixo da média, a tendência é de solo e vegetação cada vez mais secos, o que reforça a necessidade de ações preventivas.

Em uma semana de condições extremas, com temperatura de 39,4°C, os chamados nos quartéis dos bombeiros passaram a ser diários. “O fogo em mato é cíclico. Em todo ano tem incidências neste período, ainda mais em épocas de estiagem”, pontua o comandante dos bombeiros de Lajeado, Fausto Althaus.

O tenente afirma que, mesmo involuntário, nenhuma ocorrência desse tipo tem causas naturais. Muitas vezes a origem está em uma bituca de cigarro ou em um pedaço de vidro, que através de raios ultravioletas ocasiona a ignição das chamas.

Em outras situações, a tentativa de limpar um terreno ou área agrícola termina em uma ocorrência do Corpo de Bombeiros. “Sem uso adequado de técnicas, perdem o controle do fogo e as chamas atingem áreas não previstas”, ressalta Althaus.

Entre as ocorrências desta semana, ontem pela manhã a equipe foi acionada para controlar o fogo em uma área de eucalipto, na localidade de Linha Atalho, interior de Marques de Souza. Foram necessários 5 mil litros de água para conter as chamas que destruíram um hectare de mata.

Dificuldades de acesso

A maioria dos atendimentos são em área rural e muitas vezes de difícil acesso. Ainda de acordo com Althaus, nessas condições há um risco não apenas à população, mas também ao bombeiro. “Em períodos de tempo muito seco, o fogo se alastra rapidamente e pode colocar os profissionais em situação de perigo durante o combate às chamas”, alerta o tenente.

A orientação à comunidade é que façam contato pelo telefone de emergência 193 quando perceberem um incêndio em vegetação. “Por conta da distância, a equipe pode demorar no deslocamento. Mantenha a calma, não se desespere, pois alguém sem o devido preparo pode se tornar uma vítima na tentativa de apagar o fogo”, reforça Althaus.

Período crítico

Os meses de novembro, dezembro e janeiro são considerados os de maior incidência de fogo em vegetação. Provocados ou acidentais, em Estrela somente este ano os bombeiros atenderam 124 casos. Os focos são na maioria em áreas agrícolas ou de reflorestamento.

“Qualquer que seja o objetivo da queimada, ela é ilegal. Não temos licenciamento para essa finalidade, além de este momento ser crítico pelas condições climáticas”, cita a diretora do departamento de Meio Ambiente, Tanara Schmidt.

Crime ambiental

O ato de provocar queimadas além do risco à vida, também provoca o desequilíbrio na natureza. Conforme o bombeiro militar Erikson do Couto, da base de Taquari, muitos proprietários colocam fogo em restos da extração de madeira e a situação leva a danos expressivos na fauna e flora. “Esses incêndios podem atingir proporções gigantescas e são difíceis de controlar, além da possibilidade de causar prejuízo em propriedades vizinhas”, alerta.

O bombeiro destaca ainda, o fato de ser crime ambiental provocar incêndio, seja em lixo ou para limpeza de áreas rurais. “A legislação prevê reclusão de dois a quatro anos, além de multa. Em caso de ocorrer sem a intenção, a pena é de detenção de seis meses a um ano e multa”, explica o bombeiro.

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