O essencial é invisível aos olhos

Opinião

Caroline Lima Silva

Caroline Lima Silva

Assuntos e temas do cotidiano

O essencial é invisível aos olhos

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Lajeado
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Uma frase além do tempo. Essa máxima pertence ao livro “O Pequeno Príncipe”, de Antonie de Saint-Exupéry, e é uma das frases mais lidas dos livros clássicos que conhecemos. Muito compreensível, pois não é difícil se apaixonar pela história ou pela delicadeza com que o escritor francês conduz o pequeno menino de cabelo amarelo por diversos momentos e questionamentos, os quais são nada infantis. Tal fato ocorre, principalmente, porque a narrativa traz à tona sentimentos muito universais das relações humanas, como amizade, amor, confiança, solidão, perdas, que permeiam o universo lírico das nossas percepções mais íntimas e mundanas. Mais do que isso, acaba por ser uma reflexão acerca da existência humana nas suas abstrações mais profundas, revestida de tom lúdico e cativante.

Mas o que significa essa tal essencialidade em meio a tudo o que nos rodeia na sociedade pandêmica e contemporânea? Um aspecto talvez seja o cuidado contínuo a tudo aquilo que não tangencia o concreto, mas que impacta grandemente ele: o universo emocional. Por mais que haja oportunidades e demandas a nos impulsionarem ao crescimento, ao progresso e à materialidade das coisas, acaba por ser dentro de cada um o encontro primeiro com o invisível e o essencial. Somos todos energia, emoção, centelha divina, revestidos pela aparente personalidade, conquanto seja da pele para dentro o mergulho no verdadeiro encontro. Não é tão-somente a aparência de alguém que nos cativa, mas a singularidade única do ser e sua maneira de pensar e viver o mundo. Repensar esse olhar translúcido é necessário para relações cada vez mais afetivas, colaborativas e empáticas entre as pessoas, para uma tentativa de resgate ao natural de cada um.

Assim, saber o que vale a pena na vida e o que é realmente essencial requer olhos para a alma. A “porta para dentro” nos mostra, através dos sentidos, a real importância do que buscamos, queremos e somos como seres habitantes desse planeta Terra e dessa sagrada casa chamada vida. A invisibilidade que a pureza da criança consegue perceber, de forma tão espontânea e natural, configura-se como a certeza que guardamos, dentro de nós, o acesso para a potencialidade infinita, a recriação de nós mesmos a cada etapa para devolvermos ao mundo o melhor de nós.

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