No último ano, o valor da produção agrícola regional atingiu R$ 462,9 milhões, 5,53% a menos que em 2019. Uma das justificativas é a quebra de produtividade por conta da estiagem na safra de verão, que impactou os principais cultivos do Vale do Taquari: arroz, fumo, mandioca, milho, soja e erva-mate.
As perdas não são maiores diante da valorização das commodities. Houve também incremento na área cultivada de milho, soja e erva-mate. A ocupação em 2020 foi de 60 mil hectares, 2,06% superior ao ano anterior.
Os dados foram apresentados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através da Produção Agrícola Municipal (PAM), da safra 2020. No ranking regional, o fumo segue com o maior valor de produção e totaliza R$ 142,5 milhões.
No caso do tabaco, a maior expressão é em Boqueirão do Leão, Progresso e Sério. Conforme o coordenador do IBGE de Lajeado, Paulo Ricardo Hamester, o preço médio do quilo de fumo, em R$ 8,48, faz com que a atividade se destaque.
“A falta de chuva é um dos fatores que mais interferiu no desempenho da produção agrícola da região e do estado. No restante do país, principalmente no Mato Grosso, o cenário foi diferente e a soja é o principal produto”, observa Hamester.
Na região, a produção de grãos, por sua vez, se concentra em Arroio do Meio, Cruzeiro do Sul, Estrela, Pouso Novo, Roca Sales, Santa Clara do Sul, Teutônia e Vespasiano Corrêa. Já os municípios da região alta – Anta Gorda, Arvorezinha, Ilópolis e Putinga – se destacam no cultivo da erva-mate. A produção ultrapassou o milho e soma R$ 128,1 milhões.
O aumento de faturamento se deve, principalmente, ao aumento de consumo e exportações do produto. De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria do Mate no Estado do Rio Grande do Sul, Álvaro Pompermayer, o cenário foi muito positivo e mantém o setor em alta.
“O produtor tirou erva-mate de áreas que já estavam esquecidas. Foi muito grande a procura, até mesmo diante das restrições impostas pela pandemia, onde a população ficou mais em casa”, avalia Pompermayer.
Recorde nacional
Embora os dados da região apresentem recuo na produção agrícola, o Brasil obteve o melhor desempenho desde o início da série histórica em 1974. No comparativo com os principais produtos cultivados na região, a produção nacional cresceu 37,7%, passando de R$ 197,6 bilhões para R$ 272,1 bilhões.
Já os dados gerais do país, mostram que em 2020, o valor da produção agrícola do país atingiu R$ 470,5 bilhões, 30,4% maior que em 2019. A área plantada totalizou 83,4 milhões de hectares, 2,7% superior à do ano anterior. A produção de cereais, leguminosas e oleaginosas chegou a 255,4 milhões de toneladas, 5,0% a mais no comparativo com o ano anterior.
Entre as culturas agrícolas que mais contribuíram para o recorde da safra 2020 está a soja, com produção de 121,8 milhões de toneladas, gerando R$ 169,1 bilhões, ou 35,0% acima do valor da safra de soja 2019.
A produção de milho cresceu 2,8%, um novo recorde, chegando a 104,0 milhões de toneladas, que geraram R$ 73,949 bilhões, 55,4% a mais do que em 2019. Pela primeira vez desde 2008, o valor de produção do milho superou o da cana de açúcar (R$ 60,8 bilhões).
