A neuroarquitetura e a relação entre ambiente e ser humano

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A neuroarquitetura e a relação entre ambiente e ser humano

A chamada neuroarquitetura está ligada à história, cultura, ao psicológico, às lembranças e à certeza de que cada projeto é único e provoca diferentes sensações

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A neuroarquitetura e a relação entre ambiente e ser humano
Obra contemporânea com uso de materiais naturais (Foto: Reprodução)
Estado

Quando a arquitetura e a neurociência se unem, possibilitam maior compreensão dos impactos da técnica no cérebro e no comportamento humano. A chamada neuroarquitetura está ligada à história, cultura, ao psicológico, às lembranças e à certeza de que cada projeto é único e provoca diferentes sensações.

Elisandra Patrícia Michels
CAU 34475-3 / Arquiteta e Urbanista / Sócia-proprietária da Traço Arquitetura e Engenharia (@traco.roca) / Sócia fundadora da @Neuro_Juntos.

De acordo com a arquiteta e urbanista Elisandra Patrícia Michels, a qualidade de uma construção também depende desses fatores. “Muitas coisas influenciam nos espaços, como as cores, cheiros, materiais utilizados, técnicas, sons, iluminação e ventilação natural. Além da conexão com a natureza, histórias e memórias afetivas”, destaca.

Ela conta que quando gostamos de um lugar, mostramos nossa identidade. A arquitetura também influencia no humor e pode, inclusive, fazer pessoas adoecerem, ficarem deprimidas ou alterarem os batimentos cardíacos.

Por isso a neuroarquitetura deve ser utilizada para criar espaços mais saudáveis no curto e longo prazo, e impactar positivamente no bem estar físico e emocional das pessoas. “Isso é possível quando a gente realmente estuda o usuário e percebe como ele reage a cada estímulo provocado pelo ambiente construído”, destaca a arquiteta.

A técnica traz benefícios, inclusive, para a saúde, além de influenciar na felicidade. Por isso, quando projeta uma residência, ela diz ser importante pensar no significado de lar. “Um lar autêntico tem alma que espera seu habitante. É um local onde ele se sente pertencente e seguro”, diz.

Em projetos comerciais, Elisandra ressalta que o espaço vende uma experiência. “Investir no ser humano ajuda a empresa a crescer”, afirma. Já em estruturas corporativas, o ambiente deve estimular a produtividade, atenção, criatividade, e respeito às limitações humanas, com momentos de relaxamento e descontração.

Sala de estar e recreação hospitalar. (Foto: Reprodução)

“Em hospitais, estudos mostram que o uso correto da arquitetura influencia na percepção da dor, assim como fazem alguns pacientes terem alta mais cedo e até utilizarem menos analgésicos. Em espaços públicos, pode até ajudar a combater a solidão”, explica a arquiteta.

Na neuroarquitetura, existe um cuidado com as pessoas, com a valorização e a humanização dos espaços, com a utilização da Teoria da Empatia e memória afetiva. “A gente só lembra dos lugares que passamos quando eles tiveram algum significado para nós”, ressalta Elisandra.

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