Forma de governo versus regime de governo: alguém explica?

Opinião

Jonas Ruckert

Jonas Ruckert

Diretor do Colégio Teutônia

Assuntos e temas do cotidiano

Forma de governo versus regime de governo: alguém explica?

Por

Teutônia

Aos leitores que têm dúvidas sobre a diferença entre forma de governo e regime de governo, uma explicação simples e objetiva: um regime de governo é, em termos gerais, o modo como um governo comporta-se no poder, podendo ser democrático, autoritário ou totalitário. Já as formas de governo são a monarquia, a aristocracia e a democracia, além da mais contemporânea chamada de república. Nosso país, o Brasil, é uma República Federativa, uma vez que se organiza em um estado que é ao mesmo tempo uma república, por ter um presidente, e federativa pela constituição de seus estados que, para além do presidente, possuem alguma autonomia governativa. Importante esclarecer: uma república pode não ser sempre democrática, ao tempo em que uma monarquia não será sempre autoritária.

Como brasileiros desta república somos guiados por um regime de governo democrático, cuja soberania é popular e significa que o povo detém o poder e deve exercê-lo. Ao fazer um exercício de realidade sobre forma de governo ou regime de governo pego-me aos contextos que ora vivenciamos. Diante de todas as circunstâncias da pandemia e na velocidade em que as notícias e as fake news disputam o tempo e a preferência das pessoas, mantenho-me em constante estado de inquietude. Comumente somos desafiados a entender o que as regras, os modelos ou de distanciamento ou de alertas têm a nos comunicar. Ouço as pessoas dizendo que já não entendem mais nada e já não sabem mais quem define o que sobre qual assunto.

Preocupa termos chegado a este nível de vulnerabilidade, também no quesito de informações, no que tange ao entendimento e confiabilidade. Lives já não transpassam mais a devida credibilidade e pronunciamentos dos grandes líderes do país e estado são ignorados ou pelo seu conteúdo, ou pela credibilidade das informações a estes atribuídos. O estado pandêmico que segue na relação com a Covid-19 também está instalado na mutabilidade das diretrizes. Zygmunt Bauman, filósofo polonês, em suas obras trata da modernidade líquida, a despeito das relações sociais que se diluem. Sinto-as gasosas também, como cortinas de fumaça que separam o real do surreal, os mandos dos desmandos nas disputas dos holofotes com vistas às vaidades do poder.

Se me coubesse escrever sob forma de governo ou regime de governo nesse momento, entregaria a caneta julgando-me incapaz. Ao tempo em que pagamos o preço dessa pandemia com milhares de vidas, olhamos com esperança para o avanço da vacinação. De toda forma, a máxima de manter o povo na ignorância parece ser uma estratégia que, ainda por demais ultrapassada, continua sendo a velha estratégia, cujo poder se dá ou pela desinformação da massa, ou pela intencionalidade de confundi-la.

Pensemos sobre o assunto…

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