Vale chega ao limite da ocupação de leitos de UTI

Saúde

Vale chega ao limite da ocupação de leitos de UTI

Pela primeira vez desde o começo da pandemia, região atingiu taxa de 100% nas internações graves. Arroio do Meio busca acelerar criação de leitos e HBB remaneja seis para a UTI Covid

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Atualizado quarta-feira,
24 de Fevereiro de 2021 às 08:04

Vale chega ao limite da ocupação de leitos de UTI
(Foto: Divulgação)
Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Os hospitais da região estão à beira de um colapso. A ocupação de leitos de UTI adulto chegou ontem, pela primeira vez, a 100% no Vale, seja por pacientes infectados pela covid-19 ou por outras enfermidades. Já são cinco dias consecutivos com índices acima de 80% e, desde o começo da semana, superando a casa dos 90%.

Até segunda-feira, apenas três vagas estavam disponíveis na região. Na atualização divulgada ontem à tarde, os hospitais Estrela e Santa Terezinha (Encantado) permaneceram com a capacidade esgotada. A eles, se juntou o Hospital Bruno Born, de Lajeado, que chegou a 103,3% de ocupação. Há leitos disponíveis apenas no Hospital São José, em Taquari.

Enquanto a população assiste ao momento mais crítico da pandemia de covid-19 no Rio Grande do Sul, os hospitais buscam saídas para minimizar a situação, a fim de garantir que não faltem leitos. O HBB remanejou seis leitos da UTI Adulto para a UTI Covid II, destinada a atender pacientes graves confirmados ou com suspeita da doença. Inicialmente seriam três, mas a alta demanda dos últimos dias obrigou a ampliação. A ocupação do setor já está em 100%.

Desde o começo da pandemia, o HBB disponibiliza dez leitos de UTI exclusivamente para casos de coronavírus. No primeiro pico da doença no Vale, a direção do hospital manteve 17 leitos de UTI Covid. De acordo com a assessoria de imprensa, remanejamentos sempre podem acontecer quando houver a necessidade.

No estado, novos leitos estão sendo abertos para atender a demanda. Até o final desta semana, serão 65. E até a próxima, serão criados mais 62, totalizando 127 novos leitos de UTI adulto.

Obras aceleradas

Arroio do Meio caminha para contar com seus primeiros dez leitos de UTI adulto. Desde setembro do ano passado, o Hospital São José está em obras para a construção de um novo setor, destinado às unidades de tratamento intensivo.

Presidente da Comissão Pró-UTI, Joner Kern comenta que as obras estão avançando em bom ritmo e que há recurso garantindo para a conclusão da estrutura física do setor. “Já compramos o elevador, já fizemos a parte de ar condicionado, de gesso, as aberturas. Depois, claro, precisamos para a parte de equipamentos dos leitos e para garantir o funcionamento”, salienta.

O projeto prevê a ampliação de 380 metros quadrados no segundo piso do hospital. A comissão conseguiu captar mais de R$ 1 milhão para a obra, entre recursos do Executivo, legislativo e doações da comunidade.

“Vamos correr atrás junto com a administração e a população para garantir a conclusão o mais breve possível”, afirma, sem dar um prazo para a inauguração.

Em Taquari, há a intenção da criação de dois leitos provisórios de UTI adulto no Hospital São José. A casa de saúde projeta ampliação para os próximos anos, o que deve permitir novas unidades no futuro.

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Acima da capacidade

“Esse limite está generalizado como um todo. Tem hospital que está atendendo muito mais que estava previsto na sua capacidade. As UTIs estão lotadas”. Essa é a avaliação de Fernando da Gama, presidente do Sindicato das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do Vale do Taquari.

Em entrevista ao programa Frente e Verso, da Rádio A Hora 102.9, Gama ressaltou a preocupação com o aumento de internações hospitalares no Vale. “Estamos em uma situação diferente, onde as pessoas estão se preocupando um pouco mais e estão buscando os hospitais até para consultar. Tem que evitar essa situação da consulta”, comenta.

Sendo assim, a orientação é buscar as unidades básicas de saúde em casos de aparecimento de sintomas ou desconfortos. “A população não deve ir toda para o hospital com situações que podem ser resolvidas nos postos.”

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