O olhar para nossa gestão pública municipal

Opinião

Cíntia Agostini

Cíntia Agostini

Vice-presidente do Codevat

Assuntos e temas do cotidiano

O olhar para nossa gestão pública municipal

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Atualizado segunda-feira,
05 de Outubro de 2020 às 15:36

Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Nessa semana iniciamos a campanha eleitoral em nossos municípios, mais uma vez temos a oportunidade de escolhermos aqueles que melhor nos representam. Felizmente ou infelizmente, não há como dizer que não queremos saber da política, pois somos seres políticos e mesmo não votando ou votando em branco, somos influenciados pelos resultados do processo eleitoral.

Os gestores públicos, juntamente com suas equipes, trabalham para o coletivo e é nessas condições que temos que tratar desse tema.

Seremos mais ou menos representados se aqueles eleitos tiverem a percepção social mais próxima daquilo que cada um de nós defende e acredita. E tenho certeza que queremos uma vida digna, trabalho, renda e serviços públicos adequados, para nós e para todos que convivem conosco. E para tanto, gostando ou não, a forma é elegermos pessoas que nos representem adequadamente.

Assim, quero aqui compartilhar com todos nossos leitores, algumas informações de uma live, que foi mais uma aula, que participei como debatedora dias atrás. Nesta conversa estiveram dois pesquisadores brasileiros de referência internacional, Elena Landau e Fernando Abrúcio. Particularmente Abrúcio nos traz a perspectiva do que precisamos pensar em termos de setor público, seja este como ente federal, estadual ou nos nossos municípios. Percebermos que a administração pública precisa fundamentalmente unir a administração com a política e esse é o primeiro desafio de administrar a coisa pública.

Na sequência, precisamos pensar qualquer administração pública a partir de três pilares: o estado deve ser republicano, ou seja, garantindo que a coisa pública seja transparente; ser democrático, no qual todos os atores, inclusive a sociedade, possa participar e discutir o papel do Estado e das políticas públicas; e, ter um desempenho governamental que pressupõem oito requisitos que quero aqui salientar para que todos observem em seu voto e naqueles que iremos eleger.

Desempenho governamental e aqui percebendo esse desempenho nos nossos municípios pensar o setor público a partir do princípio da economicidade, com o cuidado e o zelo que o recurso público nos exige; da eficiência, ou seja, fazer mais com menos; da eficácia, fazendo bem feito, tendo os recursos e insumos para a melhor entrega das políticas públicas; da efetividade, medindo e percebendo o impacto das políticas públicas no coletivo; da ética, na qual se trabalha a partir da ética pública; da equidade, na qual o setor público busca sempre uma sociedade mais equitativa; do empoderamento, sendo que o setor público permite que a sociedade participe do processo de construção coletiva, e; da inovação, considerando que a administração pública precisa sempre se reformar e se modernizar.

Em suma, tantos aspectos extremamente complexos e que servem a todos os municípios, estados e União, para uma melhor gestão do setor público. Muito difícil é unir todos esses aspectos, mas pode-se trabalhar em busca de vários deles para chegar ao mais próximo de uma combinação para um desempenho governamental adequado. Para tanto, uma visão sistêmica deve prevalecer, desde tratar dos aspectos internos à gestão municipal, no que tange o trabalho entregue ao público pelos servidores, até as estratégias, políticas e ações implementadas nos municípios.

Assim, fica aqui o nosso desafio de compreender melhor o que significa um setor público municipal republicano, que garanta a coisa pública de forma transparente; democrático, que permita a participação e olhe para todos cidadãos indiscriminadamente; e que tenha um desempenho governamental adequado. Por fim, que nosso voto seja tão qualificado quanto o resultado que queremos ter das nossas administrações municipais.

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