Uma decisão coletiva

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

Uma decisão coletiva

Por

Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

O mercado dos vendedores ambulantes é amplo e o debate é necessá­rio. A criação de um camelódromo em Lajeado divide opiniões. O Fórum das Entidades se posicionou fortemente contra a instalação de um espaço exclusivo para os chamados “camelôs”, e o governo municipal sucumbiu à pressão empresarial. Por outro lado, a manifestação dos empresários e a desistência do Executivo reper­cutiram negativamente entre uma boa parte dos leitores e ouvintes do Grupo A Hora. Muitos querem o camelódromo. E chegou a hora de enfrentar de frente esse impasse.

A problemática envolvendo os vendedores ambulantes possui uma gama diversificada de cases Brasil e mundo afora. Há exem­plos positivos e negativos no enfrentamento ao comércio ilegal, especialmente. Já em relação aos comerciantes legais, há exemplos de harmonia em alguns locais, e também de tolerância zero, em outros. Aliás, aqui mesmo em Lajeado é possível verificar bons e maus exemplos. Por aqui, existem muitos vendedores que respeitam as regras já impostas. Mas tam­bém há comerciantes que insistem em desrespeitá-las.

O impasse é global, reforço. E histórico. Em algumas cidades gaúchas, como em Capão da Canoa, a solução foi encontrar um espaço público para a concentra­ção dos ambulantes. O camelódro­mo da cidade litorânea, instalado na Praça José Agostinelli, acabou se tornando um dos principais pontos turísticos da cidade e funciona aparentemente bem. Ao menos são poucos os registros – ou notícias – de intrigas entre os proprietários dos camelôs e os lojistas. Por lá, o camelódromo é sinônimo de passeio agradável para famílias e turistas.

Em Porto Alegre, a criação do Centro Popular de Compras (CPC), o Pop Center, em 2009, foi anunciada como a solução para o excesso de ambulantes e camelôs nas vias públicas. Anos depois, em 2015, o então presidente da comissão que abriga aqueles comerciantes, Valter Machado, anunciava: das aproximadamen­te 800 bancas que abriram as portas na inauguração, cerca de 200 permaneciam operando. “O restante foi para outros locais, ou mudou de ramo, porque permanecer aqui não era e nem é vantajoso”, disse.

Dois anos depois, reportagem publicada por jornal da capital gaúcha reforçava os problemas. Lojistas instalados no Pop Center reclamavam da falta de clientes e dos custos de aluguel. Muitos atuavam nas ruas durante alguns dias da semana para compensar as perdas, e também para com­petir com os novos vendedores ambulantes, que adotaram o entorno e as ruas próximas ao centro popular para a venda ilegal de produtos. Além disso, já foram registrados casos de tráfico de drogas e medicamentos abortivos no local. Mas também há diversas histórias de sucesso e empreende­dorismo naqueles corredores.

Não é um tema simples. É com­plexo, global e histórico. Envolve, inclusive, diferentes personalida­des. Afinal, muitos ambulantes atuam neste mercado devido à falta de opções ou aptidões para outras funções. Outros tantos ambulantes estão no ramo apenas “de passagem”. Há, também, aqueles que fazem da profissão um verdadeiro estilo de vida. São nômades, mesmo. Tem ambulante honesto e desonesto. Tem de tudo. E justamente por isso é preciso debater o tema de forma ampla. A decisão não pode recair sobre o Fórum das Entidades.


Moções de Aplauso

A pouco menos de dois meses do pleito, os vereadores de Encantado continuam utilizando a máquina pública para angariar a simpatia do povo encantadense. Na última sessão, realizada na segunda-feira, foram mais três Moções de Aplauso aprovadas pelos parlamen­tares. São homenagens para veículo de comuni­cação e organizadores de evento farroupilha.


Volta às aulas

Por ora, o retorno gradual às salas de aula ocorre de forma pacífica e tranquila na princi­pal cidade do Vale do Taquari. Claro. Tudo ain­da está restrito à rede privada em Lajeado, onde as estruturas escolares são bastante desenvolvi­das e seguras se comparadas aos educandários municipais ou estaduais. Agora é a vez de Teutônia encarar esse necessário desafio.

Volta às aulas II

O CPERS ensaiou um protes­to em Estrela. Com pouquíssimo eco, é bem verdade. O sindicato dos professores da rede estadual já havia realizado protesto em agosto, em Lajeado. O sindica­to, e também alguns estudantes que participaram dos eventos, criticam as propostas de retorno das aulas presenciais. Entre as críticas, a falta de um sistema de testagem em massa.

Volta às aulas III

Mas a volta às aulas presen­ciais é um caminho sem volta. Bares, restaurantes, atividades esportivas, comércio, indús­trias e instituições e entidades públicas e privadas já estão atendendo o público externo faz tempo. Ora, qual a justificativa para liberar tantos segmentos e seguir punindo as crianças com um improvisado e ineficiente modelo de ensino remoto?

Volta às aulas IV

Diversas pesquisas demons­tram que a decisão de encami­nhar ou não os filhos à escola ainda divide pais e responsáveis. Na média, o resultado é de 50% para cada lado. E isso é ótimo. Afinal, e diante de uma pande­mia ainda em evidência, o fato da metade dos pais optar pela manutenção dos filhos em casa facilita ainda mais o necessário rodízio de alunos nas escolas.

Volta às aulas V

Por outro lado, é obrigação dos governos municipais, esta­dual e também das instituições privadas garantir o ensino remo­to para as crianças cujos respon­sáveis ainda estão temerosos. É preciso respeitar o medo. A pandemia ainda está em evi­dência, reforço, e os riscos para os mais vulneráveis não foram dizimados com a reabertura das escolas. Estejamos alerta!

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