Parado desde março, transporte escolar busca saídas contra crise

Impacto da pandemia

Parado desde março, transporte escolar busca saídas contra crise

Setor acumula prejuízos devido à suspensão das aulas. Profissionais se reuniram ontem com o prefeito de Lajeado

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Parado desde março, transporte escolar busca saídas contra crise
Sem trabalho, profissionais têm de manter o sustento e arcar com financiamento dos veículos. Foto: Gabriel Santos
Lajeado

Desde março, as aulas presenciais estão suspensas em todo o país. Sem aula, não tem aluno para transportar. Sem trabalho e ou qualquer política pública específica, os motoristas de vans escolares têm de manter o sustento das famílias e arcar com financiamento dos veículos.

A situação da categoria é debatida no âmbito dos município e também do Estado, onde foi tema de reunião ontem na Assembleia Legislativa. Em Lajeado, representantes do setor se reuniram com o prefeito Marcelo Caumo.

Os profissionais querem uma linha de crédito que garanta o pagamento das prestações dos veículos e seu sustento no período da pandemia. Eles cobram também a isenção das taxas de vistoria exigidas semestralmente.

“Ficou tudo simplesmente parado”

Foi o início de tratativas em busca de saídas. “Estamos engatinhando”, avalia Ione Prass. “Quando sentamos na frente do prefeito, eu e minha colega nos lavamos chorando. É uma situação muito difícil”, diz.

Com mais de dez anos de experiência ela e uma colega criaram a própria empresa em fevereiro e adquiriram uma van nova, de R$ 170 mil. “Nem temos faturamento para comprovar, nada. Ficou tudo simplesmente parado”, conta.

Agora, elas se dividem para cuidar de crianças e obter renda para o sustento. Enquanto isso, as parcelas de R$ 3 mil do veículo vão reduzindo o valor que haviam poupado para a aposentadoria.

Oportunidades de renda

O prefeito Marcelo Caumo afirma que o governo vai buscar aproximar transportadores e empresas que utilizem transporte para funcionários.

“Faremos esse meio de campo com empresas para buscar uma nova oportunidade de renda. São quase cinco meses sem trabalho e tem muitos que estão passando por dificuldades”, afirma.

As vistorias serão postergadas em função de o serviço estar parado. A Secretaria do Trabalho, Habitação e Assistência Social (Sthas) vai avaliar que demandas dos profissionais estão ao alcance do município.

Pauta na Assembleia

Ontem, uma reunião da comissão de Economia da Assembleia contou com participação de representantes do Ministério Público, Procuradoria Geral do Estado e Tribunal de Contas. As entidades se manifestaram favoráveis a uma saída para a questão.

Os deputados solicitaram a possibilidade de pagamento retroativo a março aos prestadores de serviço e a isenção de taxas de vistoria dos veículos.

O assunto deve chegar ao governador Eduardo Leite ainda esta semana. A expectativa é de que até a próxima semana, o governo envie projeto de lei à Assembleia Legislativa.


Frente e Verso

Na manhã desta quinta-feira, 6, as motoristas Ione Prass e Mariluce Kraemer estiveram no programa Frente e Verso, da Rádio A Hora 102.9.

Escute e entrevista:

 

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