“Sempre tive o desejo de retornar para a minha comunidade”

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“Sempre tive o desejo de retornar para a minha comunidade”

Há cinco anos, o empresário Jorge Biasibetti decidiu investir na Linha Fortaleza, no interior de Travesseiro, onde nasceu. Da comunidade que hoje é abandonada e na década de 70 era habitada por mais de 20 famílias, ele guarda histórias e boas lembranças

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“Sempre tive o desejo de retornar para a minha comunidade”
Crédito: Gabriel Santos
Vale do Taquari

Qual a sua ligação com a comunidade?
Sou natural da comunidade, assim como as famílias de Mello, Scheibel, Terra, Feil e os Southier. A comunidade no auge dos anos 70 chegou a ter um campo de futebol nas terras de Albino Feil que era cortado por uma estrada e uma pequena escola de ensino fundamental. Já a igreja estava situada em Linha Herval. Hoje só restaram as lembranças e as edificações sumiram em meio à mata.

• Por que este local foi abandonado?
Houve uma falta de conhecimento das pessoas que aqui moravam. As pessoas trabalhavam na agricultura, mas não tinham assistência. A maioria saiu na década de 1980. As terras aqui eram muito acidentadas e dificultava o cultivo e construção de novos empreendimentos.

• Para onde foram as pessoas que moravam aqui?
Praticamente todos aqui foram trabalhar em restaurantes no estado de Minas Gerais e na cidade de Porto Alegre, Caxias do Sul até nos Estados Unidos.

• E o nome da Linha Fortaleza, de onde vem?
Havia um paredão de pedra na comunidade de aproximadamente uns 150 metros localizado na divisa com a localidade de São Miguel, Linha Olinda e Pinheiros em Nova Bréscia. Uma pequena construção de pedras que hoje está em meio à mata também pode ter originado o nome da comunidade. E outra teoria é que aqui sempre foi um local difícil de chegar.

• Você é o único na Linha Fortaleza. Por que retornou?
Sempre queria voltar para a minha terra natal e investir. Decidi iniciar o sistema de bovinocultura de corte, criação de galinhas poedeiras, apicultura e cultivo de orgânicos. Retornei para cá em 2015 quando comprei uma área com 70 hectares e investi.

• E para qual cidade você saiu?
Ao lado dos meus irmãos sai da comunidade também. Segui o caminho de todas as famílias da linha Fortaleza. Eu e meus irmãos Moacir e Adilar fomos para Curitiba e hoje administramos em Porto Alegre um restaurante, bar e estacionamento.

• Como é a rotina no interior?
Tenho o objetivo de continuar a criação de corte das raças angus, hereford e braford. Atualmente são mais de 100 animais confinados por três meses até atingir o peso de 400 quilos. O investimento nos últimos cinco anos supera os R$ 3 milhões. Gosto daqui e por isso retornei. Agradeço também pelo apoio que recebi, todo o nosso acesso foi recuperado, bem diferente dos anos passados.

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