O Esporte Clube Encantado revelou inúmeros goleiros para o futebol nacional como André Sangalli e Eduardo Gotardi. Hoje Paulinho Gianezini é referência para os mais jovens e busca também marcar o seu nome na história do futebol.
Natural de Encantado, começou como jogador de linha e o acaso o levou para o gol. Em uma partida com o Esporte Clube Encantado faltou goleiro e Gianezini foi para as traves. “Gostei e fui ficando.”
Crédito: Arquivo Pessoal
Logo após o primeiro ano atuando no gol surgiu a oportunidade de jogar nas categorias de base do Grêmio. Por cinco anos foi três vezes por semana para Cristal, onde o Grêmio tinha o centro de treinamentos. O período no tricolor lhe deu um grande amigo que hoje é referência no esporte que é Marcelo Grohe. “Ele é um cara que me serviu de molde para a gente estar onde está hoje. É um amigo que tenho troco mensagens com ele, alem de amigo é um ídolo que tenho.”
Com 15 anos trocou o azul pelo vermelho e foi para a base do Internacional, onde fez todo o juvenil. A passagem pelo colorado durou dois anos.
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De volta para Encantado, jogou o Estadual Juvenil com o clube da cidade e após o campeonato surgiu uma oportunidade de jogar no Lajeadense, onde ficou até 2011, integrando a campanha que levou o time de volta para a primeira divisão. “Foi muito gratificante, ali começou a ser moldado a questão de ser homem e atleta de como ver o grupo.”
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Lesão e recomeço
Em 2012, após uma lesão no punho ficou parado até o início de 2013. No período iniciou os estudos na Univates e também começou a trabalhar. “Quando apareceu o Nova Prata não pensei duas vezes e fui.” No clube foi muito feliz e ajudou o time a subir da terceira para a segunda divisão estadual. Em 2014 novo acesso, dessa vez com o Guarani. No time de Venâncio Aires ficou até 2016 quando uma proposta o fez retornar para Lajeado.
“Sou eternamente grato ao Lajeadense, apesar de ter participado da campanha da queda, fiz boas atuações que me abriram portas.”
Do Lajeadense veio diversas propostas, mas a proposta do São Luiz foi a que mais chamou atenção. Lá disputou o Gauchão em 2018 e 2019. Além do clube de Ijuí passou ainda por Novo Hamburgo e Nova Prata.
Gauchão
Crédito: Arquivo Pessoal
A passagem pelo São Luiz foi marcante principalmente pela campanha feita no Gauchão em 2019. Paulinho chegou no clube a convite de Paulo Henrique Marques, treinador. No clube seria reserva de Carlão, mas após resultados ruins e uma falha em uma partida contra o Internacional, a comissão técnica trocou de goleiro e com isso Gianezini virou titular. “Os jogos foram acontecendo, e a confiança veio vindo ao natural.”
O goleiro entrou para a história do time ajudando o São Luiz a ficar com a terceira colocação do Gauchão, eliminando o São José e caindo para o Grêmio na semifinal. Com a campanha, o time se classificou para jogar a Copa do Brasil e o Brasileirão Série D nesta temporada “É um prazer enorme ter ajudado o clube a chegar em competições nacionais. Deixamos a porta aberta no clube.
Chegada no Criciúma
A proposta do time catarinense veio depois do primeiro jogo contra o Grêmio. Além da proposta do Tigre, o goleiro foi sondado pelo São Caetano. “Não pensei duas vezes e assinei com o Criciúma. A gente sabe que é difícil entrar em clubes da Série A e B do Brasileiro, então quando pinta a oportunidade a gente agarra.”
No time catarinense jogou 14 dos 38 jogos e apesar de ter tido a oitava defesa menos vazada foram rebaixados para a segunda divisão. “Dei uma resposta muito boa dentro de campo para a comissão técnica e também para o torcedor que cobra bastante.”
Da campanha, ele se recorda de duas partidas. A primeira vitória com a camisa do time – 1 x 0 sobre o Guarani. Outro confronto foi o empate contra o Paraná em 1 x 1 que resultou no rebaixamento do time para a Série C. “Agora é trabalhar para recolocar o clube no lugar de onde não deveria ter saído.”
Com contrato até o fim da temporada, pretende seguir no clube até o fim, mesmo recebendo propostas de outros clubes. “Fiquei feliz com essa imagem que foi criada positiva e trabalhar cada vez mais para ser mais visto.”
Projeção da temporada
Depois de empatar em 0 x 0 no primeiro jogo das quartas de final do Campeonato Catarinense, o Criciúma precisa vencer ou empatar com gols, novo 0 x 0 leva a decisão da vaga para a semifinal vai para os pênaltis, o jogo está agendado para domingo, às 11h. “A camisa do Criciúma é pesada. Brigamos sempre pelo título, indiferente da competição.”
Depois do Catarinense, o foco é na Série C, onde o time tem um planejamento para subir à Série B. “Sabemos da dificuldade que não será fácil, será duro, com pezinho no chão, analisando jogo a jogo e espero no fim do ano comemorar o acesso.”
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Retorno do futebol
Sobre o retorno das atividades, Gianezini comentou que não é muito a favor. “É complicado falar pois colocamos vidas em risco. Eu vou dizer que sou a favor falando do meu trabalho, pois faço isso e dependo disso, mas aí estou sendo muito egoísta.”
Ele comenta que a volta tem que ser feita com segurança para não ter que parar logo mais aí de novo. “O povo brasileiro acha que tá tudo certo, mas não tá. Por mais que nos atletas não vai interferir, o problema é pra quem a gente pode levar a doença. Imagina colocar um familiar em risco.”
No período parado, aproveitou para tratar uma lesão e manteve a forma em uma academia na região.
Sonhos no esporte
Após ter realizado o sonho em jogar em um clube grande do país, Gianezini tem mais dois objetivos. Jogar na Série A do Brasileiro e na Europa. “Tenho na mente claro que não acabou aqui, tenho muito a conquistar. Tenho certeza que coisas boas estão por vir, persistência é a palavra-chave, ninguém pode por limites nos teus sonhos.”
Ficha técnica
Crédito: Arquivo Pessoal
Nome: Paulo Henrique Gianezini
Idade: 29
Posição: Goleiro
Naturalidade: Encantado
Clubes que passou: EC Encantado, Grêmio e Internacional (categorias de base), Lajeadense, Passo Fundo, Avaí, Nova Prata, Guarani-VA, São Luiz, Novo Hamburgo e Criciúma
