A morte de um herói!

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

A morte de um herói!

Por

Lajeado

Pedro Rossi enfrentou o Fascismo entre 1944 e 1945. Ele enfrentou o regime autoritário e violento de Benito Mussolini na Itália, e também lutou contra nazistas comandados por Adolf Hitler. Ele é um dos heróis da Força Expedicionária Brasileira (FEB) que foram convocados para a Segunda Guerra Mundial. Nessa quinta-feira, na pequena cidade de Ilópolis, o herói descansou. Aos 99 anos de idade, deixa uma história de valentia e coragem. E ele deixa, acima de tudo, um legado de patriotismo e luta pela liberdade.

Eu visitei o saudoso “Pracinha” em 2018. Na pauta deste jornalista, as lembranças da sangrenta batalha entre dois eixos mundiais, contadas pelos moradores do Vale do Taquari (a matéria original pode ser acessada no portal do Grupo A Hora). Lúcido, Rossi recebeu-me em sua casa, no centro de Ilópolis, ao lado da praça principal. Dentro da residência, uma parede resguardava singelas lembranças do combate, fotos dos companheiros de Exército, e as medalhas e certificados de sua luta contra o “Nazi-fascismo” europeu.

Rossi tinha uma voz doce e uma postura dura. Na ponta da língua, o nome de todas as cidades italianas percorridas sob o fogo cruzado dos inimigos durante a epopeia da FEB. E todos os detalhes do período anterior ao temeroso embarque para a Itália. “Eu sonhava em ir à guerra. E na hora de ir mesmo, não tinha mais como escapar”, brincou, confirmando o misto de euforia e medo que tomou conta de grande parte dos “Pracinhas”, principalmente durante os 15 dias de navegação entre a América do Sul e a Europa.

Cerca de 400 membros do exército morreram na conquista de Monte Castelo. Foram três tentativas frustradas em 1944. Mas, na noite de 20 de fevereiro de 1945, a corajosa artilharia brasileira foi para o tudo ou nada. Bombardearam os alemães que ainda resistiam. A resposta veio com uma “chuva de morteiros nazistas” e um intenso combate corpo a corpo, com submetralhadoras, pistolas e fuzis com baioneta. Às 17h50min, o tenente-coronel, Emílio Rodrigues Franklin, anunciou pelo rádio: “Castelo é nosso!” Rossi venceu. Vencemos!

Ele se emocionava ao relembrar a batalha. Eram muitos detalhes para poucas páginas de jornal, infelizmente. Eu busquei compilar para mostrar diferentes lados da guerra. “Seu Pedro”, como era conhecido entre vizinhos, lembrou a empatia com os jovens inimigos capturados. “Eles tinham menos medo de se renderem para nós. Sabiam das colônias alemãs no Brasil e da empatia entre os povos. Encontrei alguns nazistas que eram brasileiros, de Santa Catarina. Estudavam lá, quando iniciou a guerra, e resolveram apoiar Hitler.”

Rossi também relembrou as filas com milhares de alemães passando em frente aos Pracinhas e largando as armas como forma de rendição. “Não falavam nada. Só caminhavam de cabeça baixa e deixavam o armamento em um mesmo local. Não houve agressões contra os prisioneiros.” Foram dez meses em território italiano. Finalizada sua missão na guerra, ele voltou para o interior do estado e nunca mais utilizou armas de fogo. De forma velada, deixava transparecer uma mágoa com o que chamou de “desprezo nacional à história dos Pracinhas”.

Mas o orgulho não deixava tanto espaço assim à mágoa. Rossi viveu e morreu ciente de sua importância histórica. Ciente da importância de sempre combater e resistir aos regimes autoritários e violentos. E, de minha parte, apenas lamento não ter mais condições de ouvir aquelas sábias palavras e cumprir a promessa deescrever sobre o seu centenário neste mundo. Em agosto, ele completaria 100 anos de idade. E eu prometi a ele e sua fiel companheira uma nova matéria.

Não foi possível, “Seu Pedro”. Mas nos conforta saber que você agora é eterno. Descanse em paz, Herói.


Eu ainda confio na Mesa Diretora!

A entrevista concedida à Rádio A Hora pelo presidente da câmara de Lajeado, Lorival Silveira (PP), e o vice-presidente, Sérgio Kniphoff (PT), foi desalentadora. Ambos tentaram driblar a responsabilidade como Membros da Mesa Diretora, essencialmente sobre os anseios da população pela necessária redução no quadro de Cargos Comissionados do Legislativo. A conta chegou e é preciso cortar na carne. Não tem outro jeito.

Ildo Salvi (PSDB) e Mariela Portz (PSDB) apresentaram um modelo capaz de gerar milhões em economia, reduzindo de 43 para 24 CCs. O projeto de lei está pronto, e não é ilegal – possui, sim, erro de origem. Carlos Ranzi (MDB), o Secretário da Mesa Diretora, já se dispôs a debater o tema e parece ser favorável à redução. Líderes do MDB também começam a se posicionar a favor da matéria. E eu ainda confio na Mesa Diretora!


Coronavíru$ em Estrela

Empenhos com gastos relacionados à Covid 19 diminuíram após a criação da Comissão Especial para Acompanhar os Gastos para Enfrentamento do novo coronavírus pela Câmara de Vereadores de Estrela. Os parlamentares estão preocupados com alguns gastos considerados supérfluos. Entre esses, as famigeradas “lives” com agentes públicos.


Sem aumento salarial

Em Encantado, o projeto de lei de origem no próprio Legislativo que concederia aumento salarial de 2,50% ao Prefeito, Vice-Prefeito, Vereadores, e aos Secretários Municipais foi reprovado por unanimidade. O mesmo ocorreu com a proposta de reajuste de 2,50% aos servidores ativos do quadro do Poder Legislativo da Câmara Municipal de Vereadores de Encantado. Mas com uma diferença. No segundo projeto, três parlamentares votaram a favor da matéria: Luciano Moresco (PT), Jaqueline Taborda (PSDB) e Cláudio Roberto da Silva (MDB).

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