Ficar em casa ou não?

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

Ficar em casa ou não?

Por

Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Neste final de semana, a orientação para ficar em casa é do presidente Jair Bolsonaro. E não tem nada a ver com a pandemia do novo coronavírus. O chefe do Executivo federal pediu aos seus apoiadores que não saiam às ruas no próximo domingo, dia agendado para uma nova manifestação antifascista no país. No domingo passado, atos a favor da democracia ocorreram na Avenida Paulista, em São Paulo, ao mesmo tempo em que um protesto a favor do “Mito” era feito no local. E a chapa esquentou!

No domingo paulista, a tensão por um quase iminente confronto entre os grupos fez com que a Polícia Militar agisse para dispersar o a aglomeração. Para tal, e como é de praxe, foram usadas bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo e balas de borracha. Ao fim de tudo, pelo menos seis pessoas foram presas. Para o próximo domingo, e após uma semana de novas provocações virtuais, a tensão tende a aumentar.

O presidente orientou seus apoiadores que o aguardavam na saída do Palácio da Alvorada nessa segunda-feira. “Estão marcando domingo um movimento, né? Deixa eles sozinhos no domingo”, afirmou. Pode ser um sinal de desprezo ao adversário, ou mesmo de prevenção à integridade física de seus apoiadores. Ou pode ser um recuo estratégico.

Do outro lado da navalha, setores da Esquerda estão sob alerta. Luís Eduardo Soares foi Secretário Nacional de Segurança Pública no primeiro governo Lula, e é reconhecido entre especialistas do setor no país. Ele faz um interessante apelo. “Companheiras e companheiros, vocês não percebem que Bolsonaro está armando uma armadilha? Vocês acham que terão condições de impedir que infiltrados promovam quebra-quebra? Não terão.”

E ele vai adiante. “Não subestimem os fascistas. A P2 fez isso outras vezes, por que não faria agora? Agitadores fascistas são profissionais da destruição. Sabem como gerar o que os bolsonaristas e a mídia chamarão “caos”, sabem como reencenar o que a mídia gosta de denominar “vandalismo”.” Para Soares, a estratégia está bem desenhada. “Se vocês forem às ruas, e eu adoraria que fossem e eu estaria junto com vocês, vão oferecer a oportunidade que os fascistas aguardam, ansiosamente, e que têm sistematicamente estimulado.”

Exageros ou não, o clima está tenso e um tanto quanto paranoico. O próprio Soares reconhece, em partes. “Vocês acham que eu exagero? Estou paranoico? A quarentena me fez mal? Tomara que estejam certos. Entretanto, creio ser, hoje, um dever de todos e todas, especialmente das lideranças, alertar e explicar com detalhes o que está em jogo e quais são os riscos de realizar manifestações nesse momento. Só faz sentido ir se a correlação de forças permitir.”


Centro Histórico (e moderno)

Não faltam projetos de recuperação ao centro histórico de Lajeado. E não faltam exemplos de prédios históricos já derrubados ou em destruição na mesma região da cidade. Um paradoxo difícil de digerir, e que pouco a pouco vai apagando toda a nossa história, e toda a nossa cultura arquitetônica. Ontem, recebi do presidente do Comitê do Centro Histórico, André Jaeger, outro bom exemplo para uma das áreas mais nobres do Vale do Taquari.

O projeto é fruto do TCC assinado por Fernanda Pramio Thomas, do curso de Arquitetura e Urbanismo da PUC/RS. Busca recuperar parte da rua Osvaldo Aranha, por meio da construção de espaço de arte junto à antiga residência de Bruno Born, degradada pela ação do tempo e dos usuários de drogas que invadiram o local. Intitulado “Born 793 Centro Cultural”, a proposta mantém a fachada do prédio histórico e busca atrair investimentos e vida ao local.

A estudante fez o que os governos não fizeram: ouviu a comunidade. Por meio de uma pesquisa com moradores, a conclusão é que 28% dos entrevistados sugeriram cafés e restaurantes naquele ponto da cidade; 17% quer um espaço para exposições; 13% sugeriu um Museu; 7% uma biblioteca; 7% um cinema; 6% um espaço de coworking; 6% um auditório; 4% lojas e comércio em geral; e 1% sugeriu a construção de apartamentos. Curioso, não?


Troca-troca em Estrela

Com a confirmação das saídas dos secretários da Saúde, Elmar Schneider (PTB), e do Desenvolvimento Econômico, Paulo Finck (PP), o prefeito de Estrela foi em busca dos substitutos. Conforme antecipado na quarta-feira, Ledi Rejane Storck Baum assume a área da saúde. Ela é enfermeira concursada no município. Já para o setor econômico, Guilherme Engster (PP) e Pedro Barth (PP) ainda estão no páreo. Com vantagem para o primeiro.


A sinceridade de Claudio Klein

Na segunda-feira, o médico pneumologista Cláudio Klein foi sincero durante sua participação no Frente e Verso, da Rádio A Hora 102.9. Ele foi extremamente honesto ao ser questionado por mim sobre sua carga horária como Secretário de Saúde de Lajeado. Confirmou um acordo feito com o prefeito, Marcelo Caumo, quando da sua efetivação no cargo, para que pudesse atuar durante três turnos semanais em seu consultório particular. Foi sincero, reforço. Algo raro no meio político. E isso chocou muitos agentes públicos da cidade.


Troca-troca no PT

Com o pedido de afastamento de Carlos Nunes, o PT de Lajeado anuncia Auri Heisser como novo presidente da sigla. Heisser foi Secretario de Governo na gestão do ex-prefeito Luís Fernando Schmidt, e terá como tarefa preparar o partido para as eleições. O diretório e a executiva foram renovados. Os mandatos dos novos dirigentes do PT vão até 2023.

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