Compre o que é nosso!

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

Compre o que é nosso!

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Atualizado segunda-feira,
20 de Abril de 2020 às 14:08

Vale do Taquari

A campanha “Compre o que é nosso”, lançada faz duas semanas pelo Grupo A Hora, tem na essência a simplicidade. Valorizar o produto da nossa terra, oferecer o que é produzido pelo nosso vizinho e consumir os alimentos e serviços do Vale do Taquari busca fazer o óbvio: girar e realimentar a nossa economia interna. É um movimento que toma forma no mundo todo e, muitos acreditam, será um dos grandes legados pós-pandemia.

Em Portugal, a rede de mercados Pingo Doce lançou uma campanha semelhante: “A nossa Força vem de Dentro”. No site da empresa, o recado é claro. “O nosso compromisso de 40 anos com a produção nacional convoca-nos a ir ainda mais longe nestes tempos tão incertos. Vamos comprar esses produtos e vendê-los a preços tão baixos que permitam a todos os portugueses ter na sua mesa o melhor que Portugal produz”.

Na mesma linha, os principais jornais da Inglaterra destacam a iniciativa da NFRN (a Federação dos Revendedores Independentes) criada para incentivar o consumo sensato e local de produtos durante a pandemia. Denominada “Shop Local, Shop Little”, a campanha já aparece nas páginas do Sunday Mirror, People, The Times, Daily Express, Daily Star, Daily Star, Daily Mirror, Sunday Star, Mail, Telegraph, e Sunday Times.

O Presidente Nacional da NFRN, Stuart Reddish, disse em entrevista para a mídia inglesa. “Durante esses tempos altamente desafiadores, é muito importante que as pessoas continuem atentas aos outros e tentem manter uma perspectiva positiva.” É isso. Ah, e além de incentivar o consumo local, a entidade possui outras provocações. Como exemplo, a campanha “‘Vamos garantir que todos tenham o suficiente. Não vamos comprar em massa”.


Pandemia eleitoral

O Fórum das Entidades também cobra, mas a Câmara de Lajeado baseia-se em um documento do Ministério Público para não reduzir salários durante a pandemia. A recomendação, entretanto, não trata em momento algum sobre redução salarial em ano eleitoral. Mesmo assim, o presidente Lorival Silveira (PP) achou prudente não correr risco e desistiu da proposta de 10%. Agora, de forma individual, os vereadores decidem a redução do próprio salário.O que deveria ser uma decisão institucional e coletiva – para evitar ato político – virou uma série de ações individuais, potencializando o risco de abusos neste ano eleitoral. É inexplicável. Era só seguir o bom exemplo de Teutônia, onde os subsídios foram reduzidos por meio de Projeto de Lei, gerando economia superior a R$ 400 mil em três meses. Ou melhor. Poderiam seguir o exemplo de Estrela, onde a redução será permanente.


Se puder, fique em casa. Se sair, use máscara!

Há muito movimento nas ruas. Não fossem as lojas ainda fechadas no centro de Lajeado e estaríamos vivendo dias normais. É preocupante. Pesquisa Datafolha mostrou que cerca de 30% das pessoas não estão em isolamento no país. Em Lajeado, o índice parece maior. A mesma pesquisa diz que três em cada quatro brasileiros são favoráveis ao isolamento social, mas não cita detalhes sobre o fechamento ou não do comércio.

Faltam poucas horas para o fim do decreto estadual, e a apreensão aumenta a cada minuto. Empresários temem, e muito, uma eventual prorrogação das medidas assinadas pelo Governador Eduardo Leite. Na principal cidade do Vale do Taquari, autoridades planejam mudar a campanha. Sai o “Fique em casa” e entra o “Saia com máscara”. Já as autoridades médicas temem uma aglomeração ainda maior com o comércio reaberto.


CEAT e o exemplo!

O Colégio Evangélico Alberto Torres (Ceat) se antecipou aos demais e à própria Defensoria Pública e anunciou a redução das mensalidades de maio. O “desconto” de 30% foi decidido no dia três de abril e levou em conta os debates entre direção, conselho e associação de pais. O diretor Rodrigo Ulrich assina um exemplo aos demais colégios privados do Vale do Taquari. Afinal, o contrato entre as partes prevê aula presencial todos os dias úteis da semana. E, por força maior, o acordo não está sendo cumprido em nenhuma cidade da região.


Crise interna no PT?

A situação não é boa dentro do Partido dos Trabalhadores (PT) em Lajeado. Há uma determinada ala pouco flexível ao debate, e isso pode custar caro perante eventuais coligações. Atual presidente da sigla na cidade, Carlos André Nunes está no meio do tiroteio e a relação dele com o vereador Sérgio Kniphoff (PT), talvez o principal nome do partido na cidade, já foi bem melhor. Nunes é conciliador e tem boa relação com correligionários de outras ideologias. Algo que falta, e muito, para muitos petistas da cidade. E isso incomoda!

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