O designer gráfico e roteirista Jonathan Nunes, 29, sempre foi apaixonado por histórias em quadrinhos. Natural de Encantado, hoje se orgulha em dizer que pode viver de suas criações. Junto do amigo Rafael Conte, é autor de Saint Alamo, HQ que já está em sua segunda edição.
• Como surgiu a ideia de criar uma história em quadrinhos?
Quando eu era moleque tive meu primeiro contato com os gibis da Turma da Mônica, da Disney e de Super-heróis. Não demorou para eu me encantar com essa mídia. Foi essa admiração pelos quadrinhos que fez com que eu fizesse amizade com o Rafael Conte (ilustrador de Saint Alamo). Ele desenhava e eu contava e escrevia minhas histórias. Em determinado momento, começamos a trabalhar em parceria. Depois de algumas historinhas publicadas apenas na web, decidimos nos arriscar de vez e publicar uma trama maior, impressa, e que pudesse dar mais visibilidade ao nosso trabalho e nosso sonho. Assim nasceu Saint Alamo.
• Sempre teve essa aptidão criativa?
Eu costumo dizer que sou apaixonado por HQs, mas que o que eu amo mesmo é contar e ouvir histórias. Sempre tentei desenvolver minhas ideias e criar tramas e narrativas para elas. Isso me fez uma pessoa bastante imaginativa, e a criatividade foi uma consequência desse processo. É com demasiado orgulho que posso afirmar que hoje consigo viver e me sustentar graças a essa vida criativa.
• Qual é a sua inspiração?
Nos inspiramos muito em obras clássicas de western. Há um pouco dos filmes de Sergio Leone e de Clint Eastwood nas referências, e também homenagens aos quadrinhos da editora italiana Bonelli (que publica o personagem Tex). Para os roteiros, a mais notória inspiração provavelmente veio dos quadrinhos de Jonah Hex, personagem da DC Comics.
• Qual o enredo de Saint Alamo?
A HQ conta a história do Xerife Castle. Um violento e misterioso personagem que atua como o Xerife da pequena cidade de Saint Alamo, situada no oeste americano. Ele nem sempre foi um homem da lei. Antigamente ele costumava atuar como um criminoso que atendia pela alcunha de Claw, que se aproveitou de uma situação para forjar a própria morte e começar uma vida nova. Agora, anos depois, um forasteiro chega à cidade e obriga Castle a enfrentar velhos inimigos, ao mesmo tempo que precisa proteger a cidade e a identidade falsa que criou para si. Um diferencial bacana, é que todos os personagens são animais antropomórficos, o que dá à trama uma estética bastante característica.
• Qual a importância das HQs para a cultura pop?
Vejo a mídia como uma excelente porta de entrada para novos leitores. Não é raro ver grandes nomes, seja do cinema ou da literatura, que começaram a descobrir sua paixão através dos quadrinhos. Algumas das narrativas mais tocantes que eu já tive acesso na vida foram através das páginas de um quadrinho, e eu adoraria ver mais pessoas descobrindo e valorizando esse tipo de material que, inclusive, é produzido com bastante qualidade no Brasil.
