O plenário da Câmara de Vereadores lotou durante a sessão de ontem. Com faixas e cartazes, professores e alunos das escolas estaduais protestaram em defesa da educação e contra o pacote de projetos apresentado pelo governador Eduardo Leite há duas semanas, que altera a previdência e a carreira de servidores públicos.
O grupo foi chegando aos poucos na Câmara e chamou a atenção dos vereadores, que direcionaram parte dos seus discursos para demonstrar solidariedade ao magistério estadual, que decretou greve na última semana. Críticas ao governo estadual também foram feitas, bem como menções a gestões anteriores.
Diretor do Colégio Estadual Castelo Branco, Marcos Alberto Dalcin utilizou a tribuna livre e demonstrou sua preocupação caso o pacote seja aprovado na Assembleia Legislativa. “Nós queríamos estar desempenhando a nossa função agora. Faltam apenas 20 dias para fecharmos o ano letivo. Mas estão jogando sobre nós uma carga que não é nossa”, cita.
Dalcin também pediu ajuda aos vereadores para que deputados se sensibilizem a não aprovar o pacote. “O projeto tem que ser revisto. Caso contrário, não teremos mais perspectivas. Não queremos ser reconhecidos por onerar o estado”, afirma.
Uma moção de apoio aos professores foi apresentada e assinada pelos vereadores. Também foi protocolada uma moção de repúdio ao pacote do governador.
Mais tribuna
O funcionalismo estadual também foi representado na tribuna livre por representantes da Polícia Civil e da área da Saúde, que enfatizaram a situação crítica vivida pelas categorias em meio às alterações previstas no pacote de Leite.
O Dia da Consciência Negra, que é celebrado hoje, também ganhou espaço na câmara. Paulo Narciso, da Escola de Capoeira Oxósse, Ricioli dos Santos, do Centro de Cultura Afro-Brasileira, e Camila da Silva Marques, do Quilombo Unidos de Lajeado se pronunciaram.
Atestados supostamente falsos
Repercutiu durante a sessão um texto do colunista Fernando Weiss, do A Hora, veiculado em sua página de opinião na quarta-feira da semana passada, sobre uma supostas irregularidades nos atestados médicos do Legislativo.
Adi Cerutti (PSD) vai solicitar copia de todos os atestados médicos fornecidos pela Câmara de 2017 até hoje. “O Jornal A Hora coloca todos na vala comum. Precisamos saber quem é e se existe isso aqui dentro, essa tal “farra de atestados”. Se existe, é muito grave. Precisamos saber quem está pegando atestado médico e não está doente”, afirma.
Segundo informações repassadas à coluna assinada por Weiss, alguns vereadores estariam buscando atestado médico forçado para não ficar sem o rendimento durante o período em que cedem a cadeira ao suplente.
Projeto aprovado
Dos dois projetos de lei previstos para votação, apenas um foi aprovado, que atualiza os valores dos terrenos e edificações para o cálculo do IPTU em 2020. Carlos Ranzi (MDB) apresentou uma emenda, que foi rejeitada pelos vereadores.
Já a criação do Programa Zeladoria nas Calçadas, reapresentado pelo governo municipal, teve pedido de vistas de Eder Spohr (MDB).
MATEUS SOUZA – mateus@jornalahora.inf.br
