Não é disso que a educação do país precisa

Opinião

Fernando Weiss

Fernando Weiss

Diretor de Mercado e Estratégia do Grupo A Hora

Coluna aborda política e cotidiano sob um olhar crítico e abrangente

Não é disso que a educação do país precisa

Por

Inútil e autoritário. O comunicado enviado pelo MEC a todas as escolas públicas e privadas do país, pedindo que diretores filmem os alunos perfilados diante da bandeira e ao som do hino nacional, criou uma polêmica à toa. Está muito mais perto de um ato típico de ditadura do que de algo capaz de melhorar o ensino brasileiro.
 
Além de ser de mal gosto e soar como uma imposição e não como pedido, cantar o hino nacional, filmar e enviar ao MEC não representa evolução nenhuma. Ou alguém acredita que é disso que a educação brasileira está precisando?
Não bastasse o conteúdo, a carta chegou atrasada. Foi enviada depois que a maioria das escolas já iniciou o ano letivo, como é o caso aqui do Rio Grande do Sul, onde o primeiro dia do ano letivo já passou. Outra prova cabal da falta de sintonia e do distanciamento do Ministério com a realidade educacional.
 
Em vez de mirar as deficiências do ensino básico, o ministro da Educação desperdiça tempo com discursos contra a suposta influência do “globalismo” e do “marxismo cultural” sobre os professores. Ele se diz ser um crítico da “doutrinação” mas sua circular representa exatamente o que diz combater: a tentativa de despejar conteúdo chapa-branca pela goela dos alunos.
 
Ontem, após a repercussão negativa da carta inadequada, o ministro reconheceu erros e tentou remendar. A emenda saiu pior que o soneto. Agora, terá de se explicar ao Ministério Público Federal, que aponta infrações constitucionais no conteúdo enviado às escolas. Que início de ano letivo é este?
 

Pro_Move Lajeado

Toma forma o projeto que tenta fazer de Lajeado um polo de inovação e empreendedorismo. Pro_Move Lajeado: o movimento tem tudo para colocar a cidade em patamar de destaque, desde que haja participação cidadã e não descambe para o cunho eleitoreiro.
 
Pro_Move dará certo se todos os atores e agentes da sociedade lajeadense assumirem e cumprirem seu papel. Na segunda reunião promovida pelo comitê, semana passada, na câmara de vereadores, participaram cerca de 60 pessoas, número já bem maior do que na primeira. Só isso já é animador. Vamos nessa.
 

Estreias de opinião

 
O próximo sábado será de estreias no jornal A Hora. Um novo time de colunistas convidados dará cara nova às páginas da edição especial do fim de semana. A inovação atende ao desejo de consumo dos leitores e assinantes do A Hora, cada vez mais sedentos por artigos de opinião e análise.
Serão 14 caras novas, que intercalam publicações de artigos ao longo do mês. Pessoas e profissionais de diferentes áreas e nichos de atuação se somam aos atuais colunistas e articulistas do periódico.
Um jornal cada vez mais plural, capaz de contemplar as diferentes formas de pensamento, expressões e opiniões sociais. Esta é, entre outras, a razão em abrirmos um espaço ainda mais privilegiado para os artigos opinativos.
 

Perdeu o time?

Mais de 50% da gestão do prefeito de Lajeado, Marcelo Caumo, se foram. A reformulação completa do Plano Diretor, apresentada como a menina dos olhos já nos primeiros meses, ainda não saiu do papel. O tema é complexo, bem sabemos, mas já passou da hora de dar um passo à frente.
Ênio Perim, consultor contratado logo em 2017 para orientar os rumos do novo Plano, teria confessado a pessoas próximas, que o governo perdeu o “time” para votar o projeto. Faz todo sentido. Entre debate e outro, a coisa foi esfriando a ponto de sair da boa do povo.
Afinal, qual o motivo para tanta demora em enviar o projeto para a câmara de vereadores? As eleições de 2020 já ditam os movimentos nos bastidores. Logo, periga o projeto do Plano Diretor virar moeda de troca para conseguir dividendos eleitoreiros no próximo ano. Nada poderá ser mais melancólico diante da necessidade premente que a cidade tem em definir um crescimento ordenado.
 
 
 

Contraste

Maravilhosa por cima. Deprimente por baixo. Ir até a Casa do Morro, em Cruzeiro do Sul, é contemplar uma das vistas mais bonitas do Rio Taquari. Por outro lado, é lamentar a depredação e o abandono de um espaço que deveria ser sinônimo de estímulo à cultura e à história regional. Quem sabe um dia!
 
P_20190217_131717

Acompanhe
nossas
redes sociais