Pacotão de incoerência

Opinião

Fernando Weiss

Fernando Weiss

Diretor de Mercado e Estratégia do Grupo A Hora

Coluna aborda política e cotidiano sob um olhar crítico e abrangente

Pacotão de incoerência

Por

Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

O Estado faliu. Se fosse empresa, estaria fechada. Faz tempo. Sartori, no seu primeiro ano de governo, tratou de dar visibilidade ao assunto. Eduardo Leite, antes de concorrer a governador, já sabia que a situação era dramática. E ela é. O rombo anual é bilionário e, para ser superado, precisa de muito esforço, vontade e cooperação. E, talvez, uma varinha de condão.
A primeira reunião entre Sartori e Leite, esta semana, foi para reafirmar, uma vez mais, o caos das contas públicas. Ainda assim, Leite reafirmou o compromisso de pegar salário em dia a partir de janeiro. Veremos!
Não tem dinheiro, pregam o atual e o futuro chefe do Executivo gaúcho. Salários de outubro ainda não foram pagos e ninguém sabe o que será de dezembro e nem do 13º. O que chama atenção em meio a tudo isso é que na Assembleia deputados lideram movimento para aprovar a automaticidade no reajuste dos salários aos integrantes dos poderes. Seria uma espécie de “pacotão de fim de ano”.
Vamos traduzir: se o projeto for aprovado, juízes, promotores, defensores públicos, conselheiros do Tribunal de Contas e os próprios deputados – eles não estariam de fora – não precisarão mais submeter o pedido de aumento ao crivo do plenário. Toda vez que subir o salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o mesmo percentual será repassado para integrantes dos poderes do Estado. Isso é uma vergonha, parafraseando o chavão de Boris Casoy. E é mesmo.
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Esse assunto sequer deveria estar em debate no momento. Professores, serventes, profissionais de toda ordem, que ganham 1/10 do que recebem deputados, juízes, promotores, ganham salário pingado faz meses. E sequer cogita-se reajuste para eles.
Quando deputados propõem – com apoio dos líderes dos outros poderes beneficiados – a automatização do reajuste, ignoram o drama dos servidores do Executivo e de toda sociedade gaúcha. Mais do que falta de bom senso, a iniciativa é de uma incoerência e petulância absurda. Olham apenas para o seu umbigo e se agarram à explicação vazia de que “tratam-se de poderes independentes”. Até podem ser, mas o dinheiro é o mesmo e vem dos mesmos lugares.
Enquanto deputados e líderes de outros poderes insistirem nessas manobras oportunistas dá para ver que o Estado demorará ainda mais para sair do buraco. Não é só pelo impacto financeiro que todo reajuste provoca, mas também pelo exemplo e pela insensibilidade com quem não ganha salário em dia faz muito tempo.


Mais respeito, quem?

coluna fernando marques
O acesso principal da Escola Estadual Ana Néri, de Marques de Souza, foi alvo de vândalos no fim de semana. “Mais respeito”, diz a frase na parede, referindo-se à diretora Vera Bruch. As câmeras flagraram a ação. Nessa segunda-feira, a perícia esteve no local. Pelo exposto, não será difícil chegar ao autor. A comunidade suspeita que tenham sido alunos.


Boas-vindas

coluna fernand expovale
O pórtico construído na entrada principal do parque do Imigrante é digno para a Expovale. Causa impressão de grandeza, de organização e chama atenção pela beleza arquitetônica. A Expovale começa em dois dias.


coluna fernando italia

Óscar Green

De Treviso, na Itália, o colega Rodrigo Martini me informa de um programa de estímulo e fortalecimento da agricultura familiar, da qual está participando. Trata-se do Óscar Green, cujo projeto premia as melhores agroindústrias da região de Vêneto, analisando conceitos de qualidade, variedade e inovação, todas voltadas à produção orgânica. Os vencedores ganham, além do prêmio, um selo de qualidade e um certificado de procedência, cujo documento abre portas e valoriza os produtos no mercado.
Entre os resultados obtidos com o programa, estaria o retorno de muitos jovens para o campo. A partir do reconhecimento, a evasão rural – tal qual temos aqui no Vale – foi reduzida drasticamente. Saída inteligente para despertar práticas sustentáveis e de desenvolvimento no meio rural. A região de Vêneto é o berço da maior parte dos imigrantes italianos que se estabeleceram no Vale do Taquari. Detalhes sobre esse e muitos outros projetos estarão na revista especial do anuário TUDO, que circula no fim de ano.


Início da era do aparelho dobrável

coluna fernando celular
A desconhecida startup americana Royole lançou no dia 31 o primeiro aparelho de smartphone dobrável do mundo. O modelo funciona como um smartphone, quando dobrado, e como um tablet, quando aberto. A empresa saiu na frente da gigante Samsung, que pretende apresentar seus primeiros produtos dobráveis em janeiro. Apresentado na China, o novo celular com tela dobrável é chamado de FlexPai e chegará ao mercado em dezembro, com preços entre 1.295 dólares e 1.871 dólares.
 

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