Contar com o erro também é otimismo

Opinião

Fernando Weiss

Fernando Weiss

Diretor de Mercado e Estratégia do Grupo A Hora

Coluna aborda política e cotidiano sob um olhar crítico e abrangente

Contar com o erro também é otimismo

Por

Quero estar errado. Tomara que eu esteja errado. E contar com a possibilidade de estar errado não deixa de ser otimista. Tudo indica que tempos e momentos tensos nos reservam até e depois de domingo. De um lado ou de outro, o extremismo e o radicalismo que tomaram as ruas – e principalmente as redes sociais – nos últimos meses, tendem a se intensificar. E a democracia terá de resistir às turbulências e ser – ao menos deveria – o ponto de equilíbrio entre o oito e o oitenta.
O Brasil precisa de uma “chacoalhada”, ouço em repetidos momentos. E eu concordo. Está na hora de quebrar os modelos tradicionais, eliminar a podridão da política nacional e refazer o sistema apodrecido. Ninguém aguenta mais os mandos e desmandos retroalimentados por oportunistas (de quase todos os 30 e poucos partidos) que se perpetuam no poder. Eis a ascensão e a crença no Bolsonarismo – mesmo que Bolsonaro seja deputado faz sete mandatos. O fenômeno é muito parecido ao Lulismo que tomou as mentes e os corações dos brasileiros no início dos anos 2000, e deu no que deu. Tomara que, com Bolsonaro, a história não se repita.
coluna fernando
Gabinete de transição entre líderes do governo Michel Temer e auxiliares da campanha de Jair Bolsonaro já atua a plenos pulmões. Tratam como se a eleição de domingo já tivesse vencedor. E já tem, indicam as pesquisas. Tá pelada a coruja, diria-se num jargão popular. A esta altura do campeonato, pouco ou quase nada é capaz de tirar a faixa presidencial do capitão.
[bloco 1]
O maciço apelo popular ao militar se deve, muito, aos infortúnios e erros do PT, que insistiu na candidatura de um ex-presidente preso, torpedeou outras alternativas em seu campo político e esperou até o último minuto para apostar em Fernando Haddad. Em vão. Esse discurso de boa pinta, Deus dos pobres e pai da igualdade não colou. Nem tinha como.
A discussão já não é mais sobre quem ganha as eleições, mas, sim, sobre o que o futuro nos reserva e como nos comportaremos como nação e indivíduos daqui para frente. Mantenho meu otimismo na esperança de estar errado.

Diminuiu o nível

O segundo turno da disputa ao governo gaúcho virou um ataque e contra-ataque. Ficou chato e de baixo nível. Os debates construtivos e as propostas concretas foram relegadas a um tiroteio que não agrega nada para um estado mergulhado em dificuldades.
Atrás nas pesquisas, o governador Sartori foi para o tudo ou nada e apelou até para um vitimismo barato. Logo ele que mandou os professores comprarem “piso” na Tumelero.
O ex-prefeito de Pelotas, Eduardo Leite, até diz que não entra nas brigas improdutivas, mas entra. Também apela para promessas ufanistas, que, na hora de aplicar, serão outros 500.
E assim iremos até domingo, quando definitivamente conheceremos o governador do Estado para os próximos quatro anos. Pelas pesquisas, não será desta vez que o inquilino do Piratini terá o contrato renovado.


Olhar para as crianças

Durante o lançamento do Comitê de Governança Empreendedora de Lajeado, liderado pelo Sebrae e um grupo de empresários e líderes voluntários, o prefeito de Lajeado falou em “investir nas crianças”. Soou como serenata nos ouvidos dos presentes.
Estamos construindo uma parceria com o Instituto Cidade Segura, de Porto Alegre, anunciou Marcelo Caumo. A metodologia a ser implementada foca na prevenção e na formação das crianças, criando um ambiente favorável em meio às mazelas existenciais nos bairros mais carentes, objetivando criar uma cultura de paz.
“A ideia é parar de enxugar gelo”, adianta Caumo. Ele se refere às ações atuais que combatem a violência e a criminalidade, mas não focam na prevenção. Outro acréscimo a partir da contratação do instituto seria a concentração de todas as frentes de atuação na área de segurança, integrando as ações para um mesmo resultado.


Morte em duas rodas

Por dia, 36 jovens de 10 a 29 anos morrem vítimas de acidentes de trânsito terrestre (ATT) no Brasil. Os dados são de uma pesquisa da ENSP/Fiocruz, que analisou as mortes por ATT de 1996 a 2015. Foram 733 mil casos no período. Desses, 246,6 mil foram de jovens. E as principais vítimas continuam sendo os motociclistas.


Oportunidade de emprego

As lojas varejistas estado afora abrem espaço para as tradicionais vagas temporárias. A Fecomércio projeta um número de vagas similar ao do ano passado, ainda que o número de contratações por loja tenha reduzido. Ocorre que mais lojas estão contratando.

Acompanhe
nossas
redes sociais