Exagero. 21 é demais

Opinião

Fernando Weiss

Fernando Weiss

Diretor de Mercado e Estratégia do Grupo A Hora

Coluna aborda política e cotidiano sob um olhar crítico e abrangente

Exagero. 21 é demais

Por

Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

O número de candidatos a deputado estadual e federal no Vale do Taquari chega a 21. E soube ontem, pelo editor aqui da casa, Filipe Faleiro, que mais gente andou fazendo contato e dizendo que concorre por algum partido nanico aqui da região. Ou seja, o número pode ser maior do que 21. É um recorde, para o bem ou para o mal.
A pouca representatividade política do Vale entra em discussão a cada quatro anos. Candidatos adotam as bandeiras regionais e saem em campanha por todo o lado. Este ano não é diferente. Já são 15 nomes para estadual e outros seis para federal que disputam, nos 38 municípios da região, em torno de 250 mil votos.
Para uma região que precisa e gostaria de aumentar sua representatividade nos Legislativos estadual e federal, o número de postulantes dificulta a consolidação. Verdade. Algumas candidaturas nem dá para levar a sério. Farão meia dúzia de votos, estão lá para preencher coeficiente ou, então, lançar o nome “ao ar”, ver no que dá e se projetar para a eleição municipal de 2020. Faz parte, infelizmente, do modelo e do sistema político que está posto.
Ainda assim, é ruim para a região. Não defendo a ideia de fecharmos questão, 100%, em torno de candidatos locais. Não podemos pensar o Vale do Taquari apenas sob as fronteiras geográficas, e isso também se aplica para a questão político-eleitoral. Por outro lado, endossarmos candidaturas de líderes e atores conectados à nossa realidade é um trunfo para ecoar dentro das câmaras as prioridades coletivas.
Essa é – ou seria – a grande vantagem de termos maior representatividade em âmbito estadual e federal. O jornal A Hora começa, na próxima semana, publicação de entrevistas aprofundadas, detalhando propostas e ideias dos candidatos aqui do Vale. Será uma ferramenta para o eleitor conhecer melhor nossos postulantes e se subsidiar mais com informações acerca de quem pede seu voto em nome do fortalecimento político do Vale do Taquari.


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Por falar em voto

Recebo da candidata à deputada estadual Mariela Portz uma cópia (print) de uma mensagem que ela recebeu de uma eleitora de Lajeado. A mesma oferta seu voto em troca do pagamento da matrícula na faculdade. Lamentável.
Mesmo com todas as campanhas incitando a relevância do voto para a mudança dos rumos do país, parcela da sociedade insiste em leiloar sua principal arma e se lixar para o futuro.


“Ta aqui o Perin”

Um documento de 362 páginas, detalhando em oito eixos centrais o passado, o presente e o futuro de Lajeado – até 2040 – é a materialização, segundo o governo de Lajeado, do trabalho coordenado pelo urbanista Ênio Perin.
Amplo e minucioso levantamento sobre economia, educação e cultura; saúde; esporte e lazer; desenvolvimento social; urbanismo (aqui entra o Plano Diretor), meio ambiente e aspectos administrativos formam um documento que será apresentado à sociedade lajeadense nos próximos dias. “Ta aqui o Perin”, disse o prefeito Marcelo Caumo à coluna esta semana, após o questionamento feito neste espaço na semana passada.
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De fato, Perin construiu um diagnóstico a partir do que somos e de onde viemos e apontou para onde vamos – ou deveríamos ir. A proposta, que também levou muito em consideração o projeto Lajeado Século 21, será apresentada nesta manhã, em encontro de líderes municipais na Univates.
Nas próximas semanas, será detalhada em reunião para os 15 vereadores e entidades representativas.


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Favela da comunicação

Em tempo de eleições, nada melhor do que falar em fake news e a propagação de mentiras nas plataformas digitais. Ontem, o teatro do Ceat recebeu workshop sobre o tema, onde especialistas da área discorreram sobre os riscos à democracia e as ameaças à lisura das eleições que se avizinham.
Checar a veracidade das informações e atentar para o que e como se compartilha determinadas postagens evitará a disseminação de mentiras. Mais do que isso, evitará que a sociedade seja usada como massa de manobra para meia dúzia de oportunistas tirarem proveito.


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Jornalismo de luto

A morte de Otávio Frias Filho, diretor de Redação e símbolo da Folha de São Paulo, deixa o jornalismo nacional de luto. Frias morreu ontem, aos 61 anos, vítima de um câncer de pâncreas. Sob a direção dele, a Folha se tornou o maior e mais influente jornal do Brasil, líder em circulação e em audiência, posições que veio mantendo desde então. O veículo consolidou-se como uma referência no jornalismo apartidário, pluralista, crítico e independente.
Frias é daqueles ícones que inspiram quem acredita no jornalismo profissional como ferramenta de transformação e evolução da sociedade.

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