Roteiro de um filme dramático

Opinião

Fernando Weiss

Fernando Weiss

Diretor de Mercado e Estratégia do Grupo A Hora

Coluna aborda política e cotidiano sob um olhar crítico e abrangente

Roteiro de um filme dramático

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A insegurança avança a galope e para todos os lados. Não é por acaso que o tema aparece entre os mais citados em qualquer pesquisa Brasil afora, quando o brasileiro é interpelado a opinar sobre os serviços essenciais.
A morte de Alice Persch, 75, por infarto durante assalto a sua residência nessa segunda-feira, é carregada de simbolismo. Ninguém está imune à bandidagem, inclusive no interior. Faz tempo, criminosos descobriram a facilidade de promover ataques em série pelo interior do Vale do Taquari e, na maioria das vezes, escaparem da polícia.

HORAS DE PÂNICO: Bandidos ficaram dentro da casa da família Persch por quase duas horas. Imobilizaram e prenderam os familiares nos quartos, reviraram armários, pegaram roupa e dinheiro, almoçaram, pegaram a carne dos refrigeradores e por fim, fugiram com o carro de um dos filhos

HORAS DE PÂNICO: Bandidos ficaram dentro da casa da família Persch por quase duas horas. Imobilizaram e prenderam os familiares nos quartos, reviraram armários, pegaram roupa e dinheiro, almoçaram, pegaram a carne dos refrigeradores e por fim, fugiram com o carro de um dos filhos


O de Picada Augusta, na casa dos Persch, teve conotação de filme dramático. Tanto foi assim que o coração de Alice não aguentou. “Ela já tá velhinha. Pode morrer”, debochavam os criminosos enquanto a idosa agonizava em frente ao fogão a lenha. Ela ficou lá por um bom par de minutos, até que um dos filhos conseguiu desamarrar pés, mãos, boca e gritar por socorro. Todo esforço não reanimaria o coração de Alice, que exatamente ontem, por ironia do destino, fazia um ano atrás, sofria o primeiro infarto. “Foi muita crueldade. A gente estava preparado, mas não era para a mãe morrer assim”, desabafava um dos filhos durante o velório, ontem a tarde. E não era mesmo.
A morte parou a comunidade de Picada Augusta e vizinhança. Em outrora sinônimo de sossego, localidades interioranas viram presas fáceis da criminalidade. Se é difícil ter policiais nos centros urbanos, pelo interior é como ganhar na loteria. Rondas só ocorrem mediante chamado urgente ou após a consumação do crime.
“Primeiro nos desarmaram e agora ficou fácil para nos roubarem”, reclamavam vizinhos e conhecidos de Alice, criticando a lei do desarmamento, que segundo eles, deixou a sociedade ainda mais vulnerável. Certo ou errado, o comentário dos moradores faz todo sentido.


Anarquia judicial e o péssimo exemplo

Essa barafunda de solta… não solta o Lula, deixou uma certeza no ar: o Brasil vive hoje uma anarquia judicial. A expressão foi usada ao longo do último domingo, tanto por defensores de Lula, quanto por aqueles que criticaram o oportunismo do desembargador Favreto. Mas o pior não é nem isso. Ocorre que, das instâncias mais alta da Justiça, da onde deveria brotar o exemplo, vem patacoadas em série. No que acreditar, afinal?


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Leituraço no parque

O próximo sábado marca a estreia de um movimento muito simpático, promovido pelo A Hora da Criança. O leituraço convida pais, mães, filhos, tios, avós e primos para um encontro no Parque dos Dick, cujo motivo principal é a leitura. Além de ler e compartilhar livros, haverá atividades lúdicas, contação de histórias entre outros.


Seja o que for

“Não temos certeza se isso é um milagre, uma ciência ou o que é. Todos os 13 Javalis [nome do time de futebol] agora
estão fora da caverna”, comemorou a Marinha tailandesa em post no Facebook, após o resgate dos 12 alunos e do treinador, presos na caverna desde o dia 23 de junho. Ufa!


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Repressão exagerada

O puxão de orelha que a câmara de vereadores de Lajeado decidiu dar em Mariela Portz cheira a censura. O teor do que ela disse para contrariar – e ainda bem – a ideia de implantar as emendas impositivas não é nada grave. Aliás, já teve coisa dita e redita dentro do Legislativo sem que a repressão tenha ocorrido. Talvez seja mais um capricho do atual presidente Éderson Spohr, que, também já antecipou ser contra essas tais emendas.
Pelo visto, ainda que um par de vereadores esteja inclinado a criar a mamata, a proposta de alterar a Lei Orgânica não deve prosperar. Para os ainda desavisados, importante esclarecer que parte dos vereadores de Lajeado quer garantir para a câmara o direito de decidir a aplicação de 1,2% do orçamento lajeadense, correspondente a R$ 3 milhões. Em números, cada um dos 15 vereadores poderia “jogar” com R$ 200 mil por ano.


Atrações

O 13º seminário da Educação, previsto para o dia 31 de agosto está recheado de ótimos painéis, com palestrantes de destaque internacional. Por falar em palestra, estarão pela região nos próximos dias também Augusto Cury e Márcio Cortella. Atrações não nos faltam.

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