“Sair da crise sem vender o RS”

Estado - PRÉ-CANDIDATO AO GOVERNO DO ESTADO

“Sair da crise sem vender o RS”

Para Miguel Rosseto, experiência do PT no governo credencia candidatura e traz soluções para a crise do Estado

Por

“Sair da crise sem vender o RS”
Estado

Pré-candidato a governador pelo PT, Miguel Rosseto esteve em Lajeado ontem, 6. Natural de São Leopoldo, foi prefeito, deputado federal, vice-governador na gestão Olívio Dutra e ministro do Desenvolvimento Agrário nos governos Lula e Dilma. Formado em Ciências Sociais pela Unisinos, tem 58 anos e participou do movimento de fundação do Partido dos Trabalhadores.

Entrevista

A Hora – O que te motiva a cogitar a candidatura ao governo do Estado diante das dificuldades históricas da gestão do Piratini?

Miguel Rosseto – O que me entusiasma é minha confiança na capacidade do RS de sair dessa crise sem precisar vender o Estado. Tenho experiência adquirida como vice-governador, deputado federal e ministro, e quero fazer dela um instrumento de recuperação do RS. Tenho paixão por esse estado, pelo povo gaúcho, e quero servi-los de forma positiva. Esse desafio de fazer o RS voltar a crescer e se desenvolver me entusiasma, assim como a possibilidade de ajudar o povo gaúcho a viver em paz.

Hoje o atraso nos salários do servidores se tornou uma das questões mais críticas da gestão. Como sanar o desequilíbrio fiscal do RS?

Rosseto – Vou pagar os salários em dia, como nós pagamos quando governamos por oito anos. Temos condições de sair dessa crise rapidamente. O RS e o Brasil precisam voltar a crescer após três anos de recessão, gerar emprego e novos investimentos. Temos condições de melhorar o combate à sonegação por meio de várias medidas em estudo. Controlar gastos e despesas, pois hoje o governo gasta mal. Também é preciso solucionar a questão da dívida com a União. Nossa proposta é um grande encontro de contas. Em novembro de 2016, o STF reconheceu que a União deve para o RS por conta dos prejuízos provocados pela Lei Kandir. O que temos para receber é praticamente o que devemos anualmente para o governo federal, cerca de R$ 4 bilhões. Isso cria condição legal para resolvermos essa questão da dívida e preservamos R$ 4 bilhões por ano para retomar investimentos.

É possível investir na infraestrutura do Estado? Como?

Rosseto – É possível e necessário, pois somos proporcionalmente o estado com menor número de rodovias duplicadas na federação. A BR-101 foi duplicada pelo governo do PT, nos governos Lula e Dilma. Fomos nós que iniciamos a duplicação da BR-116 e da BR-290. Temos que dar prosseguimento a essas duplicações, especialmente porque temos uma economia marcada pela exportação. Se pegarmos o leite, por exemplo, exportamos 60% da produção para outros estados. Precisamos de uma logística qualificada para manter a competitividade da nossa economia. Ao mesmo tempo, as rodovias estaduais devem obter manutenção adequada e expansão. Nossa equipe já analisa a retomada do debate em torno da duplicação da ERS-130 entre Lajeado e Encantado, a partir do trevo de Cruzeiro do Sul. São rodovias importantes para o desenvolvimento do estado.

Qual sua opinião sobre a EGR e o impasse em torno dos pedágios?

Rosseto – É uma experiência positiva, que permitiu preservar a qualidade nas estradas com pedágios de baixo custo. A sociedade gaúcha não aceita pedágios tão caros que praticamente inviabilizam a atividade econômica. A EGR oferece a baixo custo uma qualidade de manutenção e com o controle regional em relação aos investimentos. É preciso buscar mais eficiência e controle para assegurar que os recursos fiquem nas regiões em investimentos nas estradas.

Que política seria capaz de melhorar o nosso sistema de segurança pública?

Rosseto – Nos últimos três anos, os roubos e assaltos duplicaram no RS. Os homicídios cresceram A aliança Sartori-Temer é responsável pela situação que vivemos hoje. A responsabilidade disso é do desmonte do sistema de segurança pública. Nós avançamos muito na qualificação dos profissionais. Foi o PT que assegurou melhoria na condição salarial da Polícia Civil, Brigada Militar, IGP e Susepe. Segurança se faz com políticas preventivas, com uma boa escola pública, condições de trabalho, mas com polícia na rua. Se faz com investigação, inteligência, pois só assim se desmonta estruturas do crime organizado. Queremos uma polícia mais presente, por isso, vamos ampliar o efetivo da BM. Vamos investir na integração entre as polícias e em uma polícia com maior capacidade de investigação e inteligência. Precisamos mudar o sistema prisional. Os presídios não podem ser espaços de organização do crime como são hoje.

O discurso de priorizar educação, saúde e segurança é repetido por quase todos os políticos. Por que acreditar em Miguel Rosseto?

Rosseto – Aqui, a história conta. Me apresento com a minha história e a de dois governos do PT, de Olívio Dutra e Tarso Genro, que trabalharam claramente na qualificação dos serviços públicos e no desenvolvimento da economia gaúcha. Investimos concretamente em saúde, educação e segurança, e vamos mostrar essa história de investimentos durante a campanha. A partir dessa base sólida que estamos projetando o futuro do RS. Um governador tem que governar com eficiência e dinamismo, cooperando com as regiões e construindo soluções para os desafios. O Vale do Taquari tem uma potência extraordinária sob o ponto de vista econômico e social, e terá um papel fundamental nesse projeto.

Thiago Maurique: thiagomaurique@jornalahora.inf.br

Acompanhe
nossas
redes sociais