A primeira atividade que investiga a conduta do presidente da câmara de vereadores, Juliano Körner (PSDB), ocorreu na manhã de ontem. Três testemunhas foram ouvidas a pedido do grupo que apura a suposta quebra de decoro parlamentar e corrupção passiva por parte do chefe do Legislativo. A pedido do investigado, a imprensa não acompanhou a atividade.
A apuração tem como base o diálogo entre Körner e o ex-chefe de gabinete do Executivo, Alexandre Peters, em prisão preventiva desde 28 de março, quando foi deflagrada a Operação Schmutzige Hände. Na conversa telefônica, ambos tratam da devolução antecipada de R$ 750 mil oriundos da previsão de sobra orçamentária da câmara ao Executivo. Conforme a denúncia que embasou a abertura da CP, o presidente condicionaria o repasse a uma “parceria”.
As três testemunhas que responderam aos questionamentos dos vereadores foram o vice-prefeito Valdir do Amaral, na condição de ex-presidente do Legislativo; o contador do município, Daniel Laércio Bellin; e a servidora Monique dos Santos, que atuava na Secretaria de Saúde, na elaboração do Cartão SUS. No telefonema grampeado, Peters e Körner falam sobre a emissão do documento.
Conforme o presidente da comissão, Delcio Barbosa (PPS), ainda é cedo para conclusões ou interpretações sobre os fatos apurados. Detalhes sobre os questionamentos e as respostas das testemunhas não podem ser expostos para não comprometer o trabalho.
Barbosa informa que protocolou ontem na 2ª Vara da Comarca de Teutônia um pedido para ter acesso à íntegra do processo da operação que investiga crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no governo municipal. A mesma solicitação será feita ao Tribunal de Justiça, onde agora tramita o processo devido a indícios de participação do prefeito Jonatan Brönstrup, que tem foro privilegiado.
Na próxima quarta-feira, 23, os integrantes da comissão irão ao Presídio Estadual de Lajeado, para oitiva com o ex-secretário Alexandre Peters. Ele é a quarta testemunha solicitada pelos parlamentares membros do grupo. Após essa atividade, Körner será ouvido, bem como a testemunha da defesa, Guilherme de Oliveira, atual diretor da câmara e ex-servidor do Executivo.
A comissão processante para apurar a conduta de Körner foi instaurada em 12 de abril. Também estão em andamento no Legislativo outra CP para investigar o prefeito Jonatan Brönstrup, bem como uma CPI para averiguar as suspeitas de irregularidades no Setor de Compras e Licitações da administração.
Alexandre Miorim: alexandre@jornalahora.inf.br
