“O estado está muito grande”

Estado - PRÉ-CANDIDATO AO GOVERNO DO RS

“O estado está muito grande”

Para Luiz Carlos Heinze, é necessário desburocratizar questões ambientais para que o RS consiga explorar suas riquezas e avançar economicamente

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“O estado está muito grande”
Senador Luis Carlos Heinze. Foto: Arquivo A Hora
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Pré-candidato ao governo do Estado pelo Partido Progressista (PP), Luis Carlos Heinze esteve nessa sexta-feira em Lajeado para divulgar a campanha. Natural de Candelária, foi prefeito de São Borja entre 1993 e 1997 e deputado por cinco mandatos. O engenheiro agrônomo de 67 anos cumpre agenda no Vale do Taquari.

Entrevista

Qual sua principal motivação para a candidatura ao Piratini diante das dificuldade enfrentadas pelo Estado?

Luis Carlos Heinze – Vim da iniciativa privada. Todos desafios que tive ao longo de minha vida profissional tive sucesso. Pela minha experiência, mesmo sendo atualmente um legislador, vou conseguir atuar muito bem no Executivo. Vejo coisas a se fazer no estado, mas falta um líder que desburocratize os processos. Hoje os entraves de questões de meio ambiente paralisam o avanço gaúcho. Tem empresários querendo investir, e o Estado que atrapalha. O céu deve ser o limite entre o litoral e a fronteira. Quero fazer as coisas acontecerem.

Atrasos em salários do funcionalismo público são um dos pontos mais criticados da gestão. Como pretende fazer o ajuste fiscal do RS?

Heinze – Vou pagar em dia todos os funcionários. Nem que para isso tenha que tirar dinheiro não sei de onde. Farei de tudo para conseguir isso. As pessoas têm compromisso e o Estado tem que ter compromisso com elas. Não prometo o aumento do piso do magistério. Isso não tenho como garantir. Fui prefeito por quatro anos e nunca atrasei salários. A dívida que o RS tem com a União é muito menor do que de outros estados, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, por exemplo. Nunca vi nenhum governo orquestrar todos os deputados federais e senadores para reivindicar os pagamentos da Lei Kandir que a União tem com os estados. Estimativas apontam que temos cerca de R$ 50 bilhões para receber. Vou usar da força política para achar uma forma de negociação.

Com sua experiência como engenheiro agrônomo e integrante da bancada ruralista, como pretende avançar no setor agrícola gaúcho?

Heinze – Com desenvolvimento. Eu mexo com agricultura faz mais de 40 anos. Temos todos os recursos e riquezas para avançar no estado. Vou colocar um procurador para resolver todos os trâmites burocráticos. Licenças ambientais têm impedido muitos investimentos no RS. O meio ambiente é um problema seríssimo que o desenvolvimento gaúcho enfrenta. A gente tem que administrar o Estado e andar pra frente, de outra forma não tem solução.

Em 2013, um depoimento seu afirmou que quilombolas, índios, gays, lésbicas” são “tudo que não presta”. Esta população integra os habitantes do estado. Como será o seu governo para eles?

Heinze – Meu governo será o mesmo para todos. Quando falei isso, foi direcionado para o Gilberto Carvalho (ex-ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República durante o governo do PT). Admito ter usado mal o termo. Mas me referi ao uso de recursos públicos por parte de Carvalho para promover e estimular movimentos e protestos com dinheiro público para minorias. Muitas lideranças usaram bilhões do tesouro para isso. Pura massa de manobra. Eles sim ganharam dinheiro com isso. Os negros não ganharam nada. Tentaram me derrotar com isso e não conseguiram. Muitos negros me procuraram para reivindicar áreas ocupadas por indígenas, por exemplo. Tenho muitos eleitores que votarão em mim e são gays. O que sou contra é invasões. É a forma como fazer as coisas que está errada. Por exemplo, colocaram índios na BR-386 para “mamar” dinheiro do Dnit e do Ministério dos Transportes. Sustentar movimentos ideológicos com dinheiro público, sim, é errado.

Como pretende solucionar o imbróglio em torno da segurança pública?

Heinze – Hoje temos a metade do efetivo da Brigada Militar que já tivemos um dia. Outro ponto: os oficiais e comandantes não vão para a rua. Vou tirá-los dos gabinetes e colocá-los na linha de frente junto dos soldados. Isso é fundamental para motivar os brigadianos que enfrentam a criminalidade nas ruas no dia a dia. Eles precisam se sentir representados. Por questões envolvendo direitos humanos, muitos deixam de cumprir seu papel por não ter alguém que os defenda.

O governo atual apresentou proposta de uma série de privatizações de estatais. Você dará continuidade a isso?

Heinze – Se uma estatal não tem utilidade, deve ser privatizada. Não tem por qu existir uma secretaria de um setor e uma fundação para a mesma coisa. Temos que analisar a situações. O tamanho do estado está muito grande. A sociedade que paga imposto não aguenta mais.

Cristiano Duarte: cristiano@jornalahora.inf.br

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