Risco à competição

Editorial

Risco à competição

O imbróglio sobre a concessão da BR-386 está distante do fim. Com a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de suspender o edital para instalação dos pedágios na rodovia, surge um novo movimento por meio da Câmara da…

O imbróglio sobre a concessão da BR-386 está distante do fim. Com a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de suspender o edital para instalação dos pedágios na rodovia, surge um novo movimento por meio da Câmara da Indústria e Comércio do Vale do Taquari (CIC-VT).
A instituição ligada ao empresariado contesta o documento elaborado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), em que estão previstas duas praças em uma distância de 43 quilômetros, entre Lajeado e Canoas.
A posição destoa do estabelecido pelo conselho de desenvolvimento local. Após reuniões com técnicos e comunidade, o Codevat representou a voz da região. Deixou claro que, entre deixar a BR sem investimentos e instalar pedágios com preços dentro do razoável, era preferível pagar. Privatizar a rodovia só faz sentido se houver contrapartida em obras, se a manutenção for condizente com o custo e se as duplicações ocorrerem no prazo estabelecido.
A CIC-VT integrou as discussões e garantiu ao Codevat a legitimidade para representar os interesses regionais. Como o processo está parado em Brasília, a instituição representativa do empresariado pede uma revisão no edital. Essa releitura teria como base os gastos das empresas em logística até a capital.
[bloco 1]
A intenção é clara e pertinente. A CIC-VT teme perder futuros investimentos e até empresas já instaladas na região. Com um custo elevado na logística, transportadoras estudam outras cidades para se instalarem, como forma de evitar gastos com pedágios em trechos pequenos.
No campo empresarial, as duas praças entre a capital e o Vale do Taquari impactam sobre a competitividade. Em uma região produtora de alimentos, com indústrias de alcance estadual e até nacional, os custos serão repassados aos consumidores.
O formato da concessão precisa ser debatido, pois o poder público se omite de qualquer envio de recurso para essas melhorias. Tudo o que está previsto fica ligado à arrecadação do pedágio. É o motorista, e tão somente ele, que pagará pelas duplicações, acessos, recapeamentos, operações tapa-buraco, atendimento de urgência e emergência. Para o governo federal, fica limpa a arrecadação dos impostos pagos por todos que vão até um posto de gasolina abastecer os veículos.

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