Fazendo analogias de música, estilos e instrumentos musicais com negócios, o escritor, compositor e vocalista do grupo Nenhum de Nós, Theddy Correa lotou, nessa terça-feira à noite, a Acil em evento sobre soluções criativas promovido pelo CIEE. O músico compartilhou experiências de liderança e de visão de trabalho coletivo.
A escolha do palestrante, segundo o gestor de operações do CIEE no estado, Lucas Baldisserotto, 50, foi justamente pela potencial criativo de Thedy Corrêa. “Ele tem uma longa caminhada na literatura, na música e como profissional”, diz. Para ele, é o potencial criativo que diferencia o profissional no mercado de trabalho.
No RS, são cerca de 35 mil pessoas que fazem estágio pelo CIEE. Somente no Vale do Taquari, são 2,5 mil estagiários, além de 7,8 mil aprendizes.
Poder da música
Para Thedy Côrrea, à frente da banda Nenhum de Nós faz 30 anos, é possível estender as práticas do grupo como empresa a modelos de negócios. Ampliando ainda mais o terreno, o músico exemplificou atitudes e perfis vistos em empresas e estilos musicais.
“Por exemplo, na música clássica, os músicos seguem uma partitura. Todos obedecem um rito e não podem perder a sincronia. Muitas empresas funcionam assim, onde o cooperativismo é a base do negócio”, diz Thedy, fazendo analogia. “
Já no rock, o potencial da banda se mede pela inovação. Obviamente, assim como ocorre na música, muitas empresas dependem do poder criativo de seu pessoal”, relata.
O compasso de uma empresa
Um negócio tem que funcionar com ritmo, compasso e harmonia. “Muitos bateristas são muito bons, mas perdem o tempo. Podemos comparar isso a um funcionário que acelera a empresa, e deixa os outros para trás ou, ainda, um colaborador que tem um andamento mais lento e atrasa entregas.”
Elemento fundamental em uma banda, o guitarrista, seria o perfil daquele funcionário que opera algo básico, mas que cumpre o que tem de ser feito, ainda que por vezes demonstre que isso seja mais complexo do que realmente é de fato. “Muitos guitarristas fazem caras e bocas para fazer uma nota. Mas cumprem o prazo, não perdem o ritmo e fazem com que o público-alvo admire o resultado”, compara o músico com o mercado de trabalho.
Por fim, para Thedy, como líder da banda, para que sua voz entre na música é necessário que todos estejam alinhados com o propósito do negócio. “Todos temos de estar afinados, tocando a mesma música. Assim tem de ser nas empresas. O coletivo deve colaborar pelo mesmo objetivo para que o sucesso seja alcançado.”
Cristiano Duarte: cristiano@jornalahora.inf.br