Após seis meses à espera de uma vaga, Irno Beuren, 53, conseguiu colocar o filho Joseph Beuren, 3, em uma creche pública. Sem a matrícula na rede municipal, reduziu despesas para conseguir pagar uma escola privada. “Eram mais de R$ 400 todo mês. Sem contar outros gastos, como merenda e material escolar”, conta.
Assim como ele, outras famílias foram contempladas nas 23 Escolas Municipais de Educação Infantil. Isso ocorre porque a lista de espera caiu de 826 para 266 crianças, de dezembro do ano passado até agora. É o que afirma levantamento apresentado ontem pelo prefeito Marcelo Caumo e pela secretária de Educação, Vera Plein. Pelos números, em menos de seis meses, foi possível reduzir o déficit em 60%.
“A gente trabalha o dia todo. Agora ficou bem melhor. Estamos muito felizes e o Joseph se adaptou muito bem a nova escolinha. A estrutura pública é muito boa”, enaltece Beuren.
Em 2018, as escolas infantis receberam um total de 913 matrículas, considerando que parte desse número ocorre do fluxo anual de crianças que migram para o Ensino Fundamental. Do total, 221 são vagas novas.
Para chegar a esse resultado, a secretaria mapeou famílias que procuravam por vagas, preencheu espaços ociosos nas creches e contratou 118 monitores e 15 professores.
“Com nosso estudo, preenchemos cerca de 40% de vagas a mais em cada uma das 23 instituições do município”, conta Vera.
“Sabemos que os bons resultados que apresentamos tendem a não se manter, com crianças nascendo ou ingressando na Educação Infantil”, salienta o prefeito Caumo. “Estamos trabalhando com estratégias para que a gente consiga priorizar a qualidade na educação”, enfatiza.
Hoje 90% dos alunos com idade inferior a 3 anos estão em turno integral e 78% das crianças de 4 e 5 anos.
Déficit
Dos 266 alunos que aguardam vagas na lista de espera, 59 são bebês com menos de 4 meses, que se enquadram no tempo mínimo de licença-maternidade, outras 51 famílias que foram contatadas negaram ofertas devido à distância da creche do lugar onde residem. Outras 91 famílias têm renda acima de três salários mínimos.
Segundo a secretaria, a maior dificuldade em preencher vagas é de crianças com idade inferior a 1 ano. Para isso, o governo pretende comprar vagas no ensino privado, por meio de processo de chamamento público. “Na rede privada, estimamos que sejam contempladas até cem crianças”, diz Caumo.
De acordo com a lista atualizada neste mês, há 68 crianças de 5 e 6 meses que aguardam atendimento. “Em breve, vamos suprir esse déficit com a compra dos berços que faltam na rede pública”, afirma Vera.
Em obras
Três creches seguem em obras. Em Conventos, a Doce Infância deve ser concluída ainda neste ano. A do bairro Bom Pastor está em fase final de licitação e deve ter a construção iniciada ainda em 2018. As duas estão sendo construídas com recursos federais.
Com verba própria do município, resultante da economia feita no primeiro ano da gestão de Caumo, o governo construirá uma no bairro Santo Antônio.
Cristiano Duarte: cristiano@jornalahora.inf.br