Quem mora em Teutônia já conhece o Fusca azul que leva um fusquinha – cuja placa diz ‘Sidinho’ – sobre o teto. O veículo pertence ao comerciante Sidnei Antonio da Rosa, 44, e a miniatura, ao filho, Sidnei Antonio da Rosa Júnior, 4. Tudo começou com o avô, Francisco Manoel da Rosa, 70, o segundo dono do carro. Por onde passa, a dupla de quatro rodas é atração.
• Qual a origem deste Fusca?
Esse Fusca é de 1971. O meu pai comprou lá em Seberi, na região do Alto Uruguai. Temos ele desde 1982. Somos o segundo dono. E já é o presente de aniversário do Sidinho para quando fizer 18 anos. O Fusca era de um vizinho nosso. Faz um ano que comprei do pai. Ele é um carro antigo, porém, novo. O motor é 0km, tem todo o estofamento em couro, o interior é todo original. Só não está com placa preta porque está com rodado diferente. Para nós, não tem valor a placa preta. A história do veículo vale mais do que qualquer cor de placa.
• Já quiseram comprar?
Sim, bastante, mas a gente não dá nem conversa. Ele é um dos impagáveis, não tem preço.
• Você tem muitas memórias que envolvem o carro?
Há histórias bem interessantes. Como era no interior, teve uma madrugada que um vizinho foi lá em casa dizendo que a mulher estava para ganhar nenê. Aí o pai levou a mulher para o hospital, e ela teve uma menina. Quinze anos depois, essa menina também foi levada com o Fusca para o hospital, ter filho. Era a ambulância lá no interior. Na época, o pai era o único que tinha carro, era um artigo de luxo. Eu tinha 9 anos quando ele comprou e, aos 15, aprendi a dirigir no Fusca. A gente só não podia ir para a cidade, se não a polícia pegava – eu e meu irmão, que tem quase a minha idade.
• E o Sidinho herdou essa paixão…
Pra mim, a paixão veio com o tempo, pois quando o pai comprou era uma necessidade, mas o Sidinho é apaixonado por Fusca. A primeira palavra que ele aprendeu a falar foi ‘fuca’. Quando vamos sair e pedimos qual carro ele quer usar (a família tem outro veículo), ele pede o ‘fuca’. Ele tem camiseta, boné, réplicas. Compramos essa miniatura no aniversário de 3 anos dele, na cor bege, e levamos no mesmo restaurador do carro, que pintou de azul. Outro dia larguei uma caixa no para-choque e o Sidinho falou “pai, não faça isso que vai estragar meu fuca”. Onde a gente vai, todo mundo pede para tirar foto.
Gesiele Lordes: gesiele@jornalahora.inf.br