Nos últimos quatro anos, a Praça João Zart Sobrinho, também conhecida como Praça do Papai Noel, ganhou fama e atrai um público de todo o Vale do Taquari. A área pública do bairro Americano se tornou um ponto de encontro para artesãos, artistas e famílias desde que o Arte na Praça foi lançado, em 2014.
Segundo a jornalista Laura Peixoto, uma das idealizadoras da iniciativa, ninguém esperava que o evento fosse tão longe. Apesar de o Arte já ter tido épocas melhores, os organizadores festejam o fato de o público continuar frequentando a atração mesmo após o fim do fator surpresa. “Todas as edições temos novidades, não é sempre a mesma coisa. Então, isso ajuda”.
Coordenador-geral do evento, André Luís Schossler, 36, expõe a coleção de moedas ali há três anos. Neste período, avalia, o evento cresceu em termos de estrutura e simpatizantes. Nestas 32 edições, o público já chegou a cerca de duas mil pessoas e quase 80 expositores. Hoje, em um dia bom, os visitantes somam mais ou menos 1,5 mil pessoas e expositores, até 50.
“Neste domingo vamos competir com outro evento na cidade e com o jogo da final do Gauchão. Esse é o desafio de atrair o público”. Como fonte de recursos, o grupo tem um “caixinha” formado pela contribuição espontânea de artesãos e público. No ano passado, chegou a R$ 700, valor investido na estrutura da última edição de 2017, que teve bandas maiores. De acordo com Schossler, os apoiadores fixos são o Sesc, que fornece equipe para a parte técnica de som, e a Rádio Univates, que faz a cobertura. O grupo diz que nunca dependeu do poder público, mas agradeceria se as árvores da praça fossem preservadas e o local tivesse manutenção em dia.
Receptividade
Moradora do bairro Americano, Eunice Sulzbach Eidelwein, 57, também participa da feira, vendendo pastas de berinjela. Para ela, o Arte preserva a essência do bairro, que é um bom lugar para se viver. “Aqui tem sombra, tem brinquedos para as crianças, o acesso é fácil. O que é mais legal é o encontro dos amigos. Tem muita gente que já espera por essa confraternização no Arte.”
Natural de Nova Prata, a artesã Flávia Superti, 45, trabalha com bordados em itens de banheiro. Moradora de Lajeado faz 14 anos, já se sente em casa no evento. “Fui muito bem recebida pelos coordenadores e pelo público. Tenho muitos clientes que me procuram quando não estou e isso me engrandece”. Fornecedora de lojas, Flávia “adora uma feirinha” e nota como principal vantagem do contato direto poder receber o retorno do público de imediato. “ Nas lojas, eu sei o que vendo, mas não escuto o que o povo acha do meu trabalho. Aqui, eu tenho essa troca e isso me faz muito feliz.”
Segundo Laura, o clima bacana do evento se deve, em muito, aos cantores e bandas, que se apresentam de forma voluntária. “O público não ia vir só para ver o artesanato. Não sei o que seria do Arte sem essa generosidade dos músicos.”
Edição especial
Neste domingo, o público poderá degustar bolos, doados pela Vovó Faz Bolo – também terá chimarreada, por conta da Erva Novo. Às 15h, o Grupo Fantomania Teatro de Bonecos apresenta o espetáculo Contos da Floresta. Programação musical
14h – Zoca Jung
16h – Alessandro Cenci
16h45min – Je Schuhl e Fernando de Oliveira
17h30min – Fernando Graciola
Gesiele Lordes: gesiele@jornalahora.inf.br