“Todo lugar da região tem uma banda”

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“Todo lugar da região tem uma banda”

Veterano dos palcos do Vale do Taquari, Daniel Schaeffer, o “Xepa”, é uma das figuras mais conhecidas da cena musical da região. • Como despertou o interesse pela música? Nasce pelo envolvimento familiar. Meu avô tinha orquestra, a família tinha…

“Todo lugar da região tem uma banda”

Veterano dos palcos do Vale do Taquari, Daniel Schaeffer, o “Xepa”, é uma das figuras mais conhecidas da cena musical da região.
• Como despertou o interesse pela música?
Nasce pelo envolvimento familiar. Meu avô tinha orquestra, a família tinha banda e grande parte dos meus tios tocam algum instrumento. Desde pequeno, quis aprender a tocar violão. Antes de me tornar profissional, trabalhei na indústria, pois sou formado em curtimento de couro. Comecei a trabalhar de fato com a música aos 25, 26 anos, entre 1994 e 1995. No início, foi na cara e na coragem, com pouco equipamento e bagagem profissional. Com o tempo, a estrada me ensinou como é trabalhar nessa área.
• Como foi esse início de carreira?
Comecei com voz e violão e depois formei a primeira banda com o pessoal aqui de Teutônia, a Anti-virtual, com a qual participei de festivais de músicas autorais. Cheguei a formar outras bandas, mas o foco sempre foi a voz e violão. Trabalhei muito com dupla, com algum guitarrista me acompanhando. Fiz muitos shows com o Vampiro e sua gaita de boca, na dupla Xepa e Vampiro. Fiz alguns trabalhos em trio ou mesmo quartetos. Até o ano passado estávamos com a banda Proibidos, com nove componentes.
• Quais as principais influências?
Tenho uma influência natural da música negra em geral, desde o blues, passando pelo samba, funk e R&B, mas sempre trafeguei bastante pelo rock and roll e pop rock. Minhas composições são rock, blues e alguma coisa com uma pegada mais dançante, mas com essa raiz que me nutre como compositor ou intérprete.
• Como é o mercado de música na região?
Temos um mercado crescente. Antigamente as pessoas não tinham o hábito de consumir música, e isso melhorou muito. Tivemos um bom salto em eventos, assim como nas opções de bares. Tinha uma diferença muito grande entre os bares da Região Metropolitana e da Serra Gaúcha com os do Vale. Hoje a cena está crescendo. Mesmo nos lugares do interior, temos bons barzinhos para tocar tudo que é tipo de música e um público com vontade de consumir.
• É difícil ser músico no interior?
Se andarmos pelo nosso interior, em todo lugar, tem uma banda, seja de rock ou não. Temos grandes instrumentistas e pessoas com tradição na estrada. Como é um mercado muito focado na mídia, dificulta quem não está dentro dos padrões do momento. Mas começam a surgir casas de múltipla personalidade, que oferecem todo tipo de estilo, assim como casas setorizadas com estilos específicos.

Thiago Maurique: thiagomaurique@jornalahora.inf.br

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