Qualidade do pomar anima produtores de Roca Sales

Roca Sales

Qualidade do pomar anima produtores de Roca Sales

Após perda de metade da safra, agricultores calculam bons resultados

Qualidade do pomar anima produtores de Roca Sales
Vale do Taquari

Aqueles que olham para o pomar de 600 pés de goiabas do agricultor Ivanir Boni, livre de doenças e com as frutas doces, não imagina que cerca de 50% da safra foi descartada.

O mesmo aconteceu com outros 16 agricultores. Alguns com perdas de até 70% da colheita. “Se fosse possível, queremos esquecer a safra do ano passado”, comenta outro fruticultor, Carlos Furlanetto.

Pode-se dizer que esse é o sentimento geral dos produtores de goiabas do município que, “passado o susto”, celebram a colheita recém iniciada. Foi ainda no fim de 2016 quando os pomares estavam em formação que uma doença atingiu as plantas.

“O que impossibilitava o comércio in natura, uma das principais fontes de renda para os produtores da região”, comenta o extensionista da Emater/RS-Ascar de Roca Sales, Guilherme Miritz.

O assistente técnico regional em Sistema de Produção Vegetal, Derli Bonine, relata a dificuldade para que o problema – com sintomas semelhantes aos de uma antracnose – fosse identificado. “Foi necessária a consulta a pesquisadores de entidades de diversos estados”, conta.

Após algumas semanas de investigação, chegou-se a um trabalho do pesquisador Henrique Mendonça, da Universidade Federal de Viçosa (MG), que descrevia a existência de um inseto chamado tripes. O resultado era uma doença chamada de “falsa verrugose”, bastante semelhante àquela que acometia os pomares do município.

“Foi somente a partir de percebermos a presença do tripes em grande quantidade nos pomares. Conseguimos sugerir aos agricultores a aplicação controlada de inseticidas específicos”, explica o extensionista.

Resultados positivos

“Para nós, o trabalho da Emater foi fundamental para que o pomar retomasse a produtividade e a sanidade desejadas”, celebra Boni, que espera colher 40 toneladas de frutos neste ano. Em 2017, ele recebeu apenas R$ 0,50 por quilo de goiaba. Este ano, a perspectiva é de R$ 2 por quilo.

“Como o trabalho de referência foi realizado na propriedade das famílias Boni e Furlanetto, é possível afirmar que o problema está controlado. O monitoramento tem sido adotado em todas as propriedades que têm a goiaba entre os cultivos”, salienta Miritz.

Bonine completa dizendo que o tripes, um inseto nativo, sempre esteve nos pomares e não é uma praga nova. “Mas, eventualmente, alguma condição favorável pode fazer com que ele se manifeste com mais intensidade”, pondera.

Ele reforça a importância da extensão rural e de outras parcerias no sentido de estar ao lado do agricultor nos momentos de dificuldade. “Na situação dos fruticultores daqui, optou-se pelo monitoramento, pelo controle químico e pela redução do uso de agrotóxicos, com a aplicação de inseticida registrado e com uso racional, diferente do que ocorria antes, com a aplicação desenfreada de produtos diversos”, enfatiza ao comemorar o resultado.

Gisele Feraboli: gisele@jornalahora.inf.br

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