A coleta de lixo reciclável começou a ser realizada no turno da manhã. De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente, a medida foi adotada devido a reclamações de moradores por causa do horário do recolhimento.
De acordo com o secretário Luis Benoitt, a mudança facilitará a organização das famílias e deixará as ruas mais limpas. Segundo ele, a partir de agora, as pessoas podem depositar o lixo seco e o comum nas lixeiras uma única vez ao dia.
“O lixo seco não ficará mais acumulado para recolhimento ao longo do dia, como costumava acontecer quando a pessoa colocava o seco no início da manhã antes de ir para o trabalho”, ressalta.
Como o recolhimento do lixo orgânico também ocorre pela manhã, o governo orienta os moradores a utilizar sacos de cores diferentes para o acondicionamento. Sacos azuis e transparentes devem ser usados para o lixo seco, enquanto os pretos e as sacolas de supermercados, para o orgânico.
A coleta é feita por dois caminhões diferentes, que levam os resíduos ao aterro sanitário. No local, o lixo seco é separado e compactado pelos profissionais da Cooperativa dos Recicladores do Vale do Taquari (Coorevat) para posterior comercialização e reuso. O lixo comum também passa por separação.
Falta de conscientização
Integrante da Coorevat, Diogo do Couto não acredita que a mudança de horário fará diferença na eficiência da coleta seletiva. Para ele, é preciso fazer uma campanha de conscientização para que a população comece a separar o lixo seco do orgânico.
“O lixo continua chegando misturado, como era dez anos atrás. Mesmo quem separa em casa, acaba colocando tudo na mesma lixeira quando vai para a rua”, alerta. Segundo Couto, quando o material reciclável é misturado com o orgânico, além de dificultar o trabalho de separação, ainda ocorrem contaminações que reduzem o valor de revenda.
“As pessoas colocam fraldas, papel higiênico e todo o tipo de comida junto com o lixo seco. Isso faz com que nosso trabalho demore muito mais tempo”, ressalta.
Para Couto, além de separar o lixo, a população também deveria pensar em outras soluções, como a criação de composteiras nas residências. Segundo ele, hoje mais de 60% do lixo recolhido pelos caminhões da prefeitura é orgânico.
Passivo ambiental
De acordo com o responsável técnico do aterro sanitário, Renan Mallmann, além de inviabilizar a reciclagem, a contaminação do material também representa aumento na quantidade de lixo depositado na vala.
“Estamos enterrando lixo e criando um passivo ambiental para materiais que poderiam ser reaproveitados”, diz. Para Mallman, a população deveria assumir a responsabilidade pelo lixo produzido.
“As crianças hoje aprendem na escola sobre a importância de separar o lixo, mas os adultos optam sempre pelo caminho mais fácil”, acredita. Para a maioria das pessoas, aponta, o lixo só é um problema quando está dentro das lixeiras, não importando o que ocorre depois do recolhimento.
Coleta seletiva
Segunda- feira
Bairros: Alto do Parque, Carneiros, São Cristóvão e Universitário
Terça-feira
Bairros: Floresta, Moinhos, Moinhos D’Água, Montanha e São Bento
Quarta-feira
Bairros: Campestre, Conservas, Jardim do Cedro, Morro 25, Nações, Santo André e Santo Antônio
Quinta-feira
Bairros: Bom Pastor, Centenário, Conventos, Igrejinha, Imigrante, Olarias e Planalto
Sexta-feira
Bairros: Americano, Centro, Florestal e Hidráulica
Thiago Maurique: thiagomaurique@jornalahora.inf.br