Juiz Bortoli acata pedido do MP e arquiva processo

Lajeado - caso vinícius abella

Juiz Bortoli acata pedido do MP e arquiva processo

O juiz da 1ª Vara Criminal de Lajeado, Rodrigo Bortoli, confirma decisão do promotor e arquiva o inquérito. Para ele, não houve culpa por parte do condutor do veículo, Robson Primaz

Juiz Bortoli acata pedido do MP e arquiva processo
Lajeado

O juiz da 1ª Vara Criminal de Lajeado, Rodrigo de Azevedo Bortoli, confirmou a decisão do promotor de Justiça, Ederson Maia Vieira, e arquivou o inquérito sobre a morte por atropelamento do jovem Vinícius Abella. Agora, só um novo fato poderá reabrir a investigação.

Ao saber da decisão final, a mãe da vítima foi internada no Hospital Bruno Born (HBB) após sofrer uma crise nervosa.

O condutor do veículo que atropelou Abella, Robson Cristiano Primaz, 24, ainda deve ser julgado pelo Juizado Especial Criminal por infrações de trânsito. Isso porque ele admitiu ter ingerido bebida alcoólica antes do acidente e também pelo fato dele não ter Carteira de Habilitação (CNH). A reportagem tentou, sem sucesso, contato com ele.

Na decisão, assinada ainda na terça-feira pelo juiz, consta a determinação para o “arquivamento do inquérito policial no que tange à embriaguez ao volante, à direção não habilitada e à condução de veículo automotor como ação determinante do óbito de Vinícius Abella”.

No mesmo documento, Bortoli declina “a competência para o processamento e o julgamento das ações tipificadas nos artigos 305 (Robson) e 310 (para o proprietário do veículo) do Código de Trânsito, porquanto as infrações penar de menor potencial ofensivo, ao juizado especial criminal desta Comarca.”

Por fim, Bortoli determinou a restituição dos celulares apreendidos durante as investigações, pertencentes aos dois amigos da vítima que o acompanhavam no momento da tragédia, e também do condutor e do proprietário do veículo HB20.

Relembre o caso

Abella tinha 21 anos quando foi atropelado na av. Alberto Pasqualini, no bairro São Cristóvão, na esquina com a rua Ceará. A tragédia ocorreu às 5h15min do dia 7 de setembro de 2017, quando ele e dois amigos voltavam de uma festa na boate One.

O condutor do veículo, Primaz, não tinha CNH e não parou para prestar socorro à vítima. Em depoimento, admitiu ter consumido quatro cervejas.

Primaz foi preso preventivamente no dia 11 de setembro. Após dois dias, entretanto, a prisão foi revogada. Cinco dias depois, em 16 de setembro, um grupo de amigos de Abella organizou uma manifestação no local onde aconteceu a morte e estendeu uma faixa clamando por justiça.

No dia 18 de setembro, dois dias após a manifestação popular, o delegado da Polícia Civil, Juliano Stobbe, indiciou Primaz por homicídio com dolo eventual. O caso foi então encaminhado para o promotor de Justiça, Ederson Maia Vieira.

O inquérito foi finalizado pelo promotor nessa segunda-feira, 26. Ele optou pelo arquivamento do processo, após não verificar elementos que comprovassem a culpa de Primaz, que estaria trafegando normalmente e dentro da velocidade permitida naquele trecho. Para Vieira, foi Abella quem assumiu o risco de morte ao caminhar sobre a pista de rolamento.

Rodrigo Martini: rodrigomartini@jornalahora.inf.br

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