Balcão de negócios

Editorial

Balcão de negócios

A definição dos candidatos para a disputa ao Palácio Piratini mostra o quanto o sistema partidário perdeu significado. As alianças deixaram para trás a afinidade ideológica em troca do poderio econômico/financeiro. Os partidos MDB, PSDB e PP disputam o mesmo…

A definição dos candidatos para a disputa ao Palácio Piratini mostra o quanto o sistema partidário perdeu significado. As alianças deixaram para trás a afinidade ideológica em troca do poderio econômico/financeiro.
Os partidos MDB, PSDB e PP disputam o mesmo aliado. Todos querem o PTB. O que está em jogo são o tempo de tevê e o dinheiro do fundo partidário. Ainda que os petebistas tenham anunciado o delegado Ranolfo como pré-candidato ao governo estadual, a tendência é que a entrada do ex-chefe da Polícia Civil seja uma manobra política.
Siglas da base aliada do atual governador saem em debandada. Ter o PTB na chapa, como vice, representa fortalecer as candidaturas. Apesar de toda a tentativa do PMDB em manter a base, o racha foi maior do que o esperado. Tanto que o próprio PP, último a deixar Sartori, anunciou Luis Carlos Heinze como o nome indicado para governador.
Saindo dos partidos de direita e centro-direita, a oposição também se fragmenta. O PDT, o PT e o PSOL escolheram os nomes. O PC do B permanece uma incógnita. Por fora, correm 12 agremiações (NOVO, DEM, PR, PRB, PHS, PSC, Pros, PPS, DEM, PV, SD e PTN). Os dois primeiros com pré-candidatos anunciados. Os demais, em uma conversa para se juntarem. Abre-se nessa conjunção mais uma oportunidade de reforço com outras siglas.
[bloco 1]
O balcão está aberto para os negócios. A sociedade convive com um discurso de austeridade dos setores públicos. Ainda assim, o fundo partidário cresceu. Usar verba pública tão significativa para custear partidos políticos é um contrassenso. Em meio à recessão econômica, ao déficit nas contas públicas e a tantas prioridades deixadas de lado em nome do equilíbrio financeiro, destinar bilhões às campanhas soa como deboche. É adotar um discurso de arrocho, mas não pôr em prática. O famoso faça o que digo, mas não faça o que faço.
Nessa crise permanente de credibilidade pela qual passam os políticos, é indispensável repensar o sistema eleitoral. Passa pelo financiamento de campanha, pelos votos distritais, mas principalmente por uma nova lógica partidária. A salada de frutas partidária confunde os eleitores. As alianças são feitas com o propósito de alcançar o poder a qualquer custo.

Acompanhe
nossas
redes sociais