O governo do Estado anunciou a inclusão da ERS-287 no plano de concessão de rodovias para a iniciativa privada. De acordo com o Piratini, a privatização seria a saída para assegurar a duplicação no trecho entre Tabaí e Santa Cruz do Sul.
O prefeito de Taquari, Emanuel Hasses de Jesus, critica a proposta do governo gaúcho. Para ele, a privatização do trecho é desnecessária e os pedágios existentes na região têm capacidade de realizar os investimentos necessários.
“Até que me prove o contrário, acredito que existe capacidade para fazer a duplicação com os recursos já existentes”, alega. Jesus diz não ser contrário ao sistema de concessões, mas acredita que o tema precisa ser melhor discutido.
Segundo ele, o governo do Estado teve quatro anos para debater o tema, e resolveu definir isso nos últimos meses da administração. “É um tema polêmico para ser discutido a toque de caixa. Isso demonstra total ausência de planejamento e a incapacidade de desenvolver um diálogo.”
O prefeito acredita que o principal problema relacionado à EGR é de gestão. Lembra que o Piratini transformou o conselho de usuários, antes com poder de decisão quanto às obras prioritárias, em um órgão meramente consultivo.
“Depois disso, foi muito reduzido o número de obras realizadas pela EGR”, ressalta. Na opinião de Jesus, o tema não pode ser definido em ano de eleição, uma vez que não se sabe quem estará no governo a partir de 2019.
Plano de concessão
A ERS-287 é uma das três rodovias incluídas em estudo de viabilidade para concessão, junto com a ERS-324 e a ERS-020. De acordo com o governo do Estado, elas foram inseridas no projeto de concessão pela importância para o desenvolvimento do estado e a necessidade de investimentos.
O Plano Estadual de Logística e Transporte do Rio Grande do Sul (Pelt-RS) foi lançado no dia 15 de março. O documento começou a ser elaborado em 2014 e aponta a necessidade de investir R$ 36,8 bilhões até 2039 para superar gargalos de logística.
Para o trecho da ERS-287, o valor total previsto é de R$ 600 milhões. O processo precisa passar por audiências públicas para ser efetivado. A expectativa do Piratini é consultar a população ainda neste semestre.
Thiago Maurique: thiagomaurique@jornalahora.inf.br