Diferente do Natal, em que o Papai Noel presenteia a todos, o Coelho da Páscoa tem se mostrado mais focado no comércio às crianças. Com menos chocolate na data, pais e familiares investem em produtos duráveis, como brinquedos e vestuário. Em termos de movimento nas lojas, a Pascóa tem prazo de apenas uma semana de duração em vendas.
“Na Páscoa há um incremento de eventos no município. Com isso, a economia se movimenta com mais intensidade. Estimamos que no varejo, em números totais, o acréscimo nas vendas seja de 3% a 5%”, prospecta Heinz Rockenbach, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Lajeado (CDL). Já para as lojas voltadas exclusivamente ao comércio de chocolate, a expectativa é de que o aumento no comércio passe dos 8%, segundo a CDL.
Eles querem brinquedos
Foi-se o tempo em que as pegadas do Coelho levavam à colheita de chocolates pela casa. Diferentes de anos anteriores, as famílias têm optado por presentes mais duradouros às crianças.
“Chocolate é algo consumido na hora. Na Páscoa vendemos muitos brinquedos. Os meninos gostam de caminhõezinhos e carrinhos. Já as meninas preferem as bonecas, como Barbie e Poly, que nunca saem de moda”, explica a supervisora Janaíne Bald, 34.
Segundo ela, no Natal, o bolso do consumidor se divide para toda a família, já na Páscoa o investimento é mais exclusivo das crianças. A estimativa da loja de brinquedos é de que as vendas aumentem em até 15% .
No comércio de bazar, a chegada da Páscoa não causa impacto financeiro. Segundo o gerente Lucas Bald, como a venda é focada em diversidades, a procura se mantém equilibrada em relação a outros meses.
“Nem investimos muito na Páscoa, porque não tivemos resultados em anos anteriores. O forte mesmo é o Natal”, afirma.
Chocolate, um clássico
Ainda que as famílias estejam investindo mais em brinquedos, o comércio de chocolates permanece obtendo bons resultados com a Páscoa. Em uma chocolateria lajeadense, por exemplo, os números chamaram a atenção da gerente Paula Girardi, 25.
“As vendas aumentaram em 6 vezes. Os ovos de Páscoa são a principal procura, mas também sai bastante cestas e lembrançinhas, como xícaras e pelúcias de coelhinho”, explica.
Para a professora Márcia Dexheimer, 52, as crianças que querem ovos de Páscoa ainda preferem os que vêm com brinquedo junto.
“Para os adultos a gente nem compra mais chocolates. Para os filhos e afilhados acabamos comprando. Eles preferem ainda os brinquedos que vêm dentro do ovo de Páscoa do que o chocolate em si”, comenta.
Artesanato indígena
Desde a semana passada, cerca de 30 índios da Aldeia da Pedra Lisa, de Tenente Portela, ocupam as esquinas no centro para a venda de artesanato. Coelhos feitos de palha e cestas de Páscoa são a principal fonte de renda da comunidade indígena nesta época do ano.
“Viemos de excursão e estamos acampados perto da rodoviária. Depois da Páscoa vamos embora”, disse Leoci Bento, 41. Segundo ela, este ano, em específico, as vendas têm se mostrado muito abaixo do esperado.
“Em uma semana, nossa média de vendas era de cem artesanatos. Agora não chegamos nem a 60”, contrapõe. “Mas faz parte. A gente faz artesanato porque é nosso serviço, nosso trabalho. Gostamos disso”, explica.
Cristiano Duarte: cristiano@jornalahora.inf.br