Maestro da Orquestra de Encantado e cantor da orquestra de Teutônia, Marlon Gausmann, 43, transpira música. Entre diversos projetos, ensina a arte para mais de 400 crianças. Além de ser seu meio de vida, acredita no poder da música para tornar o mundo melhor.
• De que forma a música contribui para a inclusão social de jovens?
De várias formas, mas a principal é o poder do jovem mostrar através dela que tem potencial e que também tem voz e vez. Hoje muitas crianças têm aulas gratuitas, acesso aos instrumentos. Isso ajuda muito eles a se inserir na sociedade. Depois de um certo tempo, a gente cria grupos de orquestras jovens, por exemplo, que fazem apresentações. Dessa forma, eles veem que, com música, também podem ir em frente. Mesmo que não sigam esse caminho, ao menos eles aprenderam algo que pode ser uma alternativa no futuro.
• Como você descreve a importância pedagógica da música?
A música é um meio mágico de conseguirmos muitas coisas. E, comprovadamente, ela já exerce muita influência desde os primeiros anos de vida, por isso da grande importância da música estar inserida no currículo e ser obrigatória na escola desde os primeiros anos. Quando a gente tem contato com a música, a gente não trabalha apenas o aprendizado das notas, há várias outras coisas importantes. Em especial, a disciplina.
• É preciso ser criança para aprender a tocar bem um instrumento?
Não precisa ser criança para aprender um instrumento, mas pela minha experiência, é notório que depois dos 50 anos o aprendizado é um pouco mais lento, mas já tive muitos alunos que aprenderam instrumento depois dessa idade.
• O que significa hoje a música para você?
Representa meu meio de vida, de sustentar minha família e tentar levar às pessoas um pouco desse dom que Deus me deu. Tentar levar alegria, esperança, entretenimento e ensinamentos para tentar tornar esse mundo um lugar melhor para se viver e conviver. A música é uma das melhores formas de tocar todos os tipos de pessoas, independentemente de cor, credo, idade, gênero. Quando a gente se apresenta, percebe que as pessoas se emocionam. Isso não tem preço, pois a gente sabe que estamos deixando as pessoas, naquele momento, mais felizes e, de repente, ajudando elas a sair de um depressão, a enfrentar problemas. A gente faz o nosso trabalho com seriedade, comprometimento e amor, senão, a gente não colheria os frutos que colhe.
Alexandre Miorim: alexandre@jornalahora.inf.br