Gustavo Tavares é o pai de Mariah e faz pouco mais de seis anos imergiu na cultura da “alimentação crua e viva”.
• Faz alguns anos você “mergulhou” em uma nova cultura: a culinária viva. Quais as diferenças básicas dessa forma específica de alimentação?
Foi um mergulho em uma cultura nova, de fato. Faz uns seis anos. A gente chama de cultura “da vida”. As diferenças básicas que senti, logo de início, são os benefícios na saúde. Mais disposição. Um bem-estar. Comecei a tomar muitos sucos. Chamam de “foto-nutrição”, em função das folhas. Suco de clorofila, por exemplo. Foi uma caminhada muito rica de testes e experiências comigo mesmo. O que senti muito foi uma reviravolta na minha saúde intestinal, muita fibra e bactérias benéficas. A gente faz muita fermentação natural. O que dá um aporte muito bom de nutrientes e eliminação de toxinas.
• O que lhe motivou a aprender cada vez mais e mais sobre o assunto?
O que motivou foi ter uma paixão pela gastronomia. Sempre gostei de fazer pratos de todos os cantos do mundo. E cheguei nessa alimentação, crua e viva em função do yoga. Na época, eu conheci em virtude do nascimento da minha filha, a Mariah. A gente teve todo um carinho pela alimentação dos pequenos, e acaba mudando para também ter energia para lidar com essa galerinha nova. Foi um presente por ela. E também em função da nossa infância. Uma sabedoria que nossos antepassados nos deixaram. Precisamos nos alimentar com aquilo que está em nossas mãos.
• Fale mais sobre essa cultura dos antepassados.
Eu aprendi a respeitar mais a sazonalidade dos alimentos. Precisamos nos alimentar com aquilo que está ao nosso alcance. Mas hoje as pessoas praticamente conseguem plantar qualquer coisa em qualquer tempo, com uso de agrotóxico. O resultado disso é que não sentimos mais o gosto da cenoura, ou da maçã, por exemplo. E hoje consigo sentir o gosto dos alimentos. Mas os benefícios basicamente são uma melhor imunidade. Uma qualidade de vida melhor, efetivamente. Um bem-estar intestinal. E ainda tem a tal da longevidade, que muitos falam. Mas isso eu acho que já é marketing, pois não está em nossas mãos. Mas ajuda.
• Você abdicou de alguns alimentos consumidos no passado?
Eu na verdade não levantei bandeira. No começou até fui mais a fundo para me testar. Mas eu gosto muito de gastronomia, sempre tive contato com carne, leite, tudo. Isso tudo é muito forte dentro da nossa cultura. Então, eu fui introduzindo a nova cultura de uma maneira suave, com bons temperos. Hoje como pouquíssima carne. Ou substituo por outros ingredientes. Leite eu parei, e não sinto falta. Eu não me alimento 100% da alimentação crua e viva. Mas, sempre que dá, uso essa gama imensa de brotos e afins que essa cultura nos fornece.
Rodrigo Martini: rodrigomartini@jornalahora.inf.br