Cuidados interferem na qualidade 

Negócios

Cuidados interferem na qualidade 

Na hora de fazer silagem, é preciso observar a escolha da semente, a regulagem das máquinas, o ponto de corte, o tamanho das partículas, a armazenagem e a vedação. Especialistas destacam técnicas para garantir um alimento de qualidade ao rebanho

Cuidados interferem na qualidade 

Adriano Klafke, de 42, de São Luiz, Estrela, mantêm 56 vacas na lactação. Elas produzem uma média diária de 1,2 mil litros de leite. Um dos alimentos fundamentais delas é a silagem. Por ciclo, são estocadas 2,8 mil toneladas.

Para Klafke, o segredo para uma silagem de qualidade começa pela escolha da semente e o preparo do solo. “Mudei de variedade este ano e aumentei em 5% a produtividade por hectare”, explica. Outro ponto observado é a regulagem das máquinas na hora do corte. “O tamanho das partículas deve variar entre meio e dois centímetros. Se for maior ou menor, prejudica a digestão do animal”, ensina.

Alerta para os cuidados na hora de compactar. O ideal é utilizar dois tratores. Um para o corte e outro para comprimir o alimento. A terra, quando misturada com a silagem, aumenta as chances de criar mofo. “É importante a compactação seguir o mesmo tempo de colheita. Se demorar duas horas para cortar, o produtor deveria destinar o mesmo período para aglutinar”, explica.

Na propriedade, cada animal consome em média 25 quilos por dia.

Híbrido certo 

Fabricio Muller, sócio da Agrotech, de Arroio do Meio, representante das sementes Pioneer (milho e soja) para o Vale do Taquari, enfatiza a importância de escolher um híbrido adaptado às condições de clima e solo.

Segundo ele, no caso da produção leiteira, para se diluir os custos, é preciso aumentar a produtividade por área e investir em tecnologia. “A semente é um dos segredos. Quanto mais silagem produzirmos por hectare, mais barato fica o custo de cada quilo fornecido. Assim temos mais produtividade e consequente aumento dos lucros”, sustenta.

“A excelência passa por cinco fases”

Robson Fernando de Paula, engenheiro agrônomo e gerente técnico de silagem da DuPont Pioneer para o Brasil e Paraguai, enfatiza que a boa produtividade e qualidade do alimento passam por cinco etapas: plantio, desenvolvimento, colheita, ensilagem e retirada do silo.

Na hora do plantio, é preciso escolher um híbrido adaptado bem ao clima e ao solo de cada região. Fazer uma adubação correta e um bom controle de pragas, doenças e ervas daninhas, ajuda a planta a atingir seu potencial produtivo, ensina.

O corte das plantas deve ser feito quando as espigas atingem 2/3 da linha do leite, ou seja, passaram do ponto de consumo como milho-verde. “O ideal é ter pelo menos 35% de matéria seca. Cada espiga precisa ter até70% de amido acumulado. Isso é essencial para as bactérias produzirem ácidos para depois auxiliar no processo de conservação”, explica.

Compactação 

As partículas devem ter no máximo dois centímetros, o que favorece a compactação e a função ruminal. Os grãos devem ser quebrados em quatro pedaços. “Se fica inteiro, o animal deixa de aproveitar o amido, principal fonte de energia”, ressalta.

Na hora da ensilagem, de Paula recomenda a retirada total de oxigênio e a aplicação de inoculante. “Assim criamos um espaço ideal para o desenvolvimento das bactérias que originam o processo de fermentação. Se esse é bem-feito, a silagem fica fresca no cocho, com sabor agradável ao paladar dos animais”, observa.

E a última etapa é a retirada do alimento para o trato. Por dia, o recomendado é 20 centímetros. O tempo de conservação chega a dois anos. O custo do quilo varia de R$ 0,12 a R$ 0,17.

A quantidade destinada para cada animal varia de acordo com seu potencial produtivo. “O máximo é de 28 quilos por dia”, aconselha.

Para saber

Conforme a Emater, são destinados 1,7 mil hectares para confecção de silagem na região.  No estado, a área chega a 378,7 mil hectares.

Acompanhe
nossas
redes sociais