Coisas de um dia de chuva

Opinião

Raquel Winter

Raquel Winter

Professora e consultora executiva

Coisas de um dia de chuva

Por

Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Se eu acordar cedinho durante a semana e ouvir barulho de chuva, fico vesga de vontade de ficar mais um pouco na cama. Mas a rotina não dá trégua. Faça sol ou faça chuva, preciso levantar. Ainda assim, a preguiça toma conta e tudo anda mais devagar e parece-me inclusive que um pequeno atraso já pode ser previsto para os primeiros compromissos do dia. Dito e feito. Já de saída alguns minutos são perdidos quando parada na porta de casa fico sentindo se está frio ou calor para saber se o agasalho escolhido esta de acordo, porque a chuva por si só, já me dá uma sensação de frescor. Concluo que está bem assim como estou, porque se esquentar tiro o casaco. Filharada, mochilas, lancheiras e guarda-chuvas embarcam no carro. Estou prestes a dar a partida e então tudo escurece. Sim, acabou a luz. Raios e trovões avisam que tão cedo a energia não vai voltar. Saio do carro e começo a pensar como se abre o portão eletrônico manualmente. Mais alguns minutos de atraso e finalmente conseguimos sair de casa. Agora, já estou com a barra da calça e com os cabelos levemente molhados. A chuva engrossa.
No trânsito, os carros se arrastam com seus vidros embaçados e tudo parece normal. A fila para deixar as crianças na portaria da escola está especialmente caótica, mas nada me abala, porque afinal, hoje é um lindo dia de chuva. Acompanho os passos apressados dos estudantes com suas capas impermeáveis e guarda-chuvas e sigo rumo à cafeteria mais próxima. Sou a primeira cliente.
Sorrio sozinha. Que delícia, chuva e café são mesmo uma combinação perfeita. Peço um carioca e aguardo. Então passam 15 minutos e a atendente me avisa que a maquina de café não está aquecendo a água e que talvez demore um pouquinho. E agora? Já estou atrasada mesmo, digo-lhe que tudo bem e que aguardarei. É neste o momento que entra pela porta uma querida amiga que há algum tempo eu não via mais. Fico feliz até que a atendente da cafeteria me diz:
– Moça, não tem jeito, café não vou poder fazer. Se quiseres, posso servir um suco ou mesmo um chá.
Minha amiga não gosta da ideia e decide ir para outro lugar. Eu aceito a oferta do chá. Afinal, é um dia de chuva e tudo pode acontecer, inclusive, parar de chover.

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