“Me chamam de Jesus”

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“Me chamam de Jesus”

Alex Possamai, 28, estuda Engenharia Química, trabalha como cervejeiro e, nos palcos, interpreta Jesus. Pela quarta vez, ele será o protagonista da peça Paixão de Cristo, em Imigrante. Como e quando conseguiu o papel de protagonista? Desde a terceira edição…

“Me chamam de Jesus”

Alex Possamai, 28, estuda Engenharia Química, trabalha como cervejeiro e, nos palcos, interpreta Jesus. Pela quarta vez, ele será o protagonista da peça Paixão de Cristo, em Imigrante.
Como e quando conseguiu o papel de protagonista?
Desde a terceira edição eu participo. Foi trocando diretores até que o Marcelo Brentano assumiu e decidiu testar pessoal de Imigrante mesmo, para valorizar a comunidade. Teve uma seleção com outros dois atores e eu fui escolhido. Antes, eu tive outros personagens – fiz Lázaro, fiz demônios. Só na décima edição que fiz papel de Jesus. E esse ano, como o diretor (Pablo Capalonga) não conhecia bem os atores, não mexeu muito.
O que isso mudou na sua vida?
Desde o começo me dediquei bastante e a comunidade apoia muito que sejam pessoas daqui, porque antigamente se trazia gente de fora para os papéis principais. Depois do primeiro ano, foram muitos elogios. Quando eu faço o papel, as pessoas da comunidade já nem me chamam pelo nome, me chamam de Jesus, “o nosso Jesus”.
E fisicamente?
A barba deixo desde dezembro. Esse ano, tirei só uma vez; sempre mantive ela mais comprida, já pensando no papel. Ano passado, quando terminou o espetáculo, não sabia se seria eu novamente, mas como gosto de participar, já venho deixando crescer, para estar preparado. Desde a 10ª edição deixo o cabelo mais comprido.
Você acredita em Jesus e na ressurreição?
Sim. Minha família é católica e eu também. Não sou totalmente praticante, mas a gente precisar acreditar em alguma coisa. Acredito em Jesus, em Deus, nessa força maior que é o universo, e é isso que me dá energia em momentos difíceis.
E também acredito na ressurreição, como é contada na Páscoa. Toda história vem de algum lugar. Mesmo que se transforme ao longo das décadas para facilitar o entendimento do público, eu acredito.
Se você fosse Jesus por um dia, como no filme Todo Poderoso, o que faria?
Ajudaria as pessoas pobres, necessitadas. Daria pelo menos um dia de paz, de felicidade para essas pessoas e para as crianças que não têm família, não têm comida. Isso me dói bastante. Gostaria de ajudar todas elas.
Já pensou em investir em outras atividades relacionadas ao teatro?
Já. Pensei em participar como ator amador no grupo da Univates e talvez, futuramente, fazer algum curso para me aprimorar. O problema da região é que não tem graduação de Teatro, mas essa já foi uma das minhas opções no passado, antes da Engenharia Química e antes de ser selecionado para a peça.

Gesiele Lordes: gesiele@jornalahora.inf.br

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