A semana foi de medo e pânico em cidades do interior do Vale do Taquari. Mais uma. Os dois assaltos a bancos, um em Taquari, na madrugada de sábado para domingo, e outro em Santa Clara do Sul, na madrugada de segunda para terça-feira, deixaram rastros de destruição.
O destemor dos criminosos faz os ataques durarem cerca de meia hora. Encorajados pela falta de policiais nas ruas e nos pelotões, invadem as cidades e espalham terror. Foi assim nos dois casos recentes. E tem sido assim nos outros 17 assaltos a banco desde janeiro de 2017. Os números são alarmantes: em 14 meses, foram 19 casos em 12 cidades da região.
Não é por nada que os prefeitos, especialmente dos municípios que têm sido alvo, endossam as críticas contra o Estado. A insuficiência de policiais nas ruas acomete todos as cidades, mas no interior a situação é mais dramática. Na hora do ataque em Santa Clara do Sul, não havia sequer plantonista na sede da BM local. Foi necessário deslocamento de viatura de outra cidade para atender a ocorrência. Quando chegou ao local, só encontraram moradores apavorados e mais um prédio explodido. Da quadrilha, nada.
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Assaltantes de banco já perceberam – faz tempo – a vulnerabilidade nas pequenas cidades e migram para lá. As agências bancárias viram alvo fácil de ações bem planejadas. Enquanto o Estado mergulha em crise financeira e padece de um sistema de segurança desorganizado, o crime organizado avança e se aproveita.
O cidadão está acuado, com medo. Os policiais, de mãos atadas, no aguardo do próximo ataque, como bem sentenciou o comandante da Brigada Militar de Santa Clara do Sul: “Infelizmente a gente só está esperando qual vai ser a próxima cidade”. Triste realidade.
Na reunião dos prefeitos da Amvat nessa sexta-feira, o assunto foi debatido. Diante da falta de medidas do governo estadual, responsável pela segurança pública, gestores municipais tentam encontrar saídas plausíveis para atenuar a situação. Apostam num sistema integrado de videomonitoramento para aumentar o controle sobre quem entra e sai das cidades. Uma boa, porém, insuficiente medida.
Os números registrados nos últimos 14 meses são o bastante – ao menos deveriam – para o Estado dar respostas à altura do medo, da insegurança e do pavor que toma conta das comunidades do interior.
Editorial
O medo e a falta de respostas
A semana foi de medo e pânico em cidades do interior do Vale do Taquari. Mais uma. Os dois assaltos a bancos, um em Taquari, na madrugada de sábado para domingo, e outro em Santa Clara do Sul, na madrugada…