Fabiana Hunecke nasceu em Lajeado, em 1969. A “profe Fabi” é filha de Anésio e Libgard Hunecke e bisneta do imigrante alemão, Germano Berner, o primeiro médico lajeadense.
• Como a música entrou na sua vida?
Desde que me conheço por gente a música faz parte da minha vida. A minha família sempre foi envolvida. Por parte de pai, todos são músicos. Está no sangue. É algo meio genético. Lá em casa, a gente nunca teve dinheiro sobrando. Mas sempre tinha dinheiro para duas coisas: discos e livros. E o meu primeiro instrumento foi um violão de plástico, cor de laranja. Eu tinha menos de 5 anos. Com 9, ganhei um violão normal e já comecei a ter aula com uma vizinha que estudava música na UFRGS.
• O que lhe inspirava musicalmente antes dos 15 anos?
Antes dos meus 15 anos, acho que eram os próprios desenhos animados da época. Tom e Jerry, por exemplo, a gente ouvia jazz. E depois dos 15, já na época mais “louca”, passei a ouvir a Diane Schuur, uma cega. Elis Regina, Ana Carolina. E tem coisas que não gosto. Mas como professora de música tenho que tocar de tudo.
• Mas tem algo que você se recusaria a tocar?
Não sei se me recuso. Mas tem coisa que eu não gosto de tocar. Por exemplo, as músicas sertanejas atuais. Porém até essas a gente consegue compor com alguns alunos. A gente precisa estar sempre aberta quando trabalhamos com música. Sem preconceito.
• Como foi sua formação, e quais os grandes prazeres da profissão?
Eu fui estudar música muito cedo. Primeiro em Porto Alegre, depois São Paulo, e passei um tempo na Alemanha. Sou professora de violão e técnica vocal. Os prazeres são do dia a dia. Esses dias um aluno chorou ao conseguir tocar um instrumento pela primeira vez. É isso que me motiva. Outros alunos ganharam um festival no programa Raul Gil. Isso é muito gratificante. E eu também almejo gravar um disco próprio um dia. Tenho muitas músicas gravadas. Quem sabe…
• Para quantos novos talentos você já deu aula, tens ideia?
Bah, nem ideia. Mas posso lhe garantir que a maioria dos professores de música que atuam em Lajeado, hoje, foram meus alunos. Eu tenho escola de música faz 26 anos. Fomos quase pioneiros.
• Qual a diferença de dar aula para adultos e para crianças?
Eu acho que os adultos aprendem de forma mais formal. E com as crianças a gente trabalha de forma mais lúdica. E não existe mais fácil ou mais difícil. Gostando de música, todos aprendem. Eu, inclusive, atendo muitos alunos da terceira idade. E eles conseguem um ótimo desempenho.
Rodrigo Martini: rodrigomartini@jornalahora.inf.br