Ócio com preguiça

Opinião

Raquel Winter

Raquel Winter

Professora e consultora executiva

Ócio com preguiça

Por

Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

No fim de semana passado, acordei antes da minha família. Fui até a sala de estar em silêncio para não perturbar o descanso dos demais e deitei no sofá para curtir aquela preguiça gostosa que nos é permitida quando não temos um compromisso imediato. Peguei o celular e fui checar as mensagens do Whats.
Passadas as comemorações do fim de ano e com elas a enxurrada de mensagens, dediquei-me a ler aquelas que eu havia visualizado, agradecido e, confesso, não lido. Recebi votos de tudo o que um ser humano precisa para ser feliz e prosperar: saúde, sabedoria, amor, sucesso, paz, desafios, força, dinheiro, amizade e muito mais.
Fiquei quietinha pensando a respeito e então fiz uma oração agradecendo o fato de que tudo aquilo estava presente em minha vida, especialmente a paz de espírito.
É interessante como o mundo e as demandas exteriores pouco nos perturbam quando estamos equilibrados, quando nossos devaneios estão incorporados e aceitos como parte de nossas realidades, mesmo que subjetivas em relação às realidades não menos complexas que preenchem nossas agendas.
Quando nossas emoções estão estabilizadas, harmonizadas e especialmente onipresentes em nossa consciência, podemos viver uma plenitude que vai muito além de estar vivo. Enxergamos a beleza sutil e nos sensibilizamos mais. Quando estamos nos sentindo em paz, certamente conseguimos ver a vida com um olhar diferente e logo nossas atitudes também acabam tendo novos movimentos que não seriam possíveis se no lugar da paz houvesse tormento.
Sentir-se em paz sinaliza boa saúde emocional que por sua vez é condição fundamental para que tenhamos vontade de cuidar da saúde física e mental. Então, se tivermos saúde e paz, podemos encarar desafios e buscar o sucesso, seja qual for o significado de sucesso para cada um de nós.
Também assim, estamos em condições de amar e ser amado. Percebo que o amor é um grande propulsor de força, pois fazemos o impossível em nome do amor, especialmente o que sentimos pelos filhos. Bem, é dispensável dizer que a sequência será o estado de felicidade.
Depois dessa reflexão, cheguei ao entendimento de que a paz era sem dúvida o que não poderia faltar na minha vida para que todas as outras dádivas me fossem possibilitadas. Levantei do sofá e fui até o escritório onde há um mural no qual coloco sempre aquela famosa listinha dos objetivos e metas do ano.
Risquei da minha relação o item “dieta” e no lugar inclui meditação. Substitui também o item “reformar a sala de estar” por colocar uma rede na varanda, deitar nela para escutar cinco músicas inéditas por semana. A tal listinha voltou para o mural e eu retornei para o sofá a fim de curtir mais um pouco daquele ócio com preguiça.

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